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Atacados por Bolsonaro, artistas assumem função do governo com oxigênio

O comediante, youtuber e cantor Whindersson Nunes (Foto: Divulgação) - Reprodução / Internet
O comediante, youtuber e cantor Whindersson Nunes (Foto: Divulgação) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

15/01/2021 02h30

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A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus (AM) sensibilizou boa parte do país. Até mesmo alguns adeptos do negacionismo, destes que se orgulham de não usar máscaras em vídeos nas redes sociais, entenderam que a situação é grave. Passou do ponto. Quem diria, a Venezuela entrou em ação para socorrer o Brasil. Uma das mais atacadas pelo governo de Jair Bolsonaro, a classe artística não ficou atrás. Por meio de Whindersson Nunes, um verdadeiro mutirão foi organizado para doar cilindros de oxigênio às instituições mais necessitadas. "Alô meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com carinho né, vamos retribuir?", convocou o humorista.

Vários nomes aderiram à campanha. Tatá Werneck, Bruno Gagliasso, Hugo Gloss, Luciano Huck e Marília Mendonça e outros se uniram em uma força-tarefa para ajudar a população do Amazonas depois de ver que vários pacientes com coronavírus estavam morrendo asfixiados no estado. Curiosamente, os artistas, tão acusados de "mamar nas tetas", acabaram por cumprir um papel que seria do governo.

A solidariedade é sempre muito bem vinda, mas, num tempo de pandemia, é no mínimo absurdo que caiba a atores, apresentadores, cantores e humoristas preencher lacunas que já deveriam ter sido cuidadas por quem deveria estar à frente do combate à pandemia.

Enquanto deputados criticam o lockdown e o isolamento, compartilham vídeos criticando o uso de máscara e recomendam remédios sem eficácia comprovada, são os artistas, um dos alvos preferidos do presidente, que tentam conscientizar a população. É lindo de se ver, mas também denota que as coisas estão fora da ordem. Agora é o governo "quem mama na teta" da classe cultural. É lamentável.