Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Saída de Monark mostra que justiça social só aparece quando dói no bolso
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Depois da forte reação das redes sociais e dos patrocinadores após sugestão de que fosse criado um partido nazista no Brasil, Monark foi demitido do Flow Podcast. A decisão foi anunciada pela redes sociais do programa, afirmando que repudiam "qualquer posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de uma sociedade". A decisão vai na contramão de outros momentos, como o que o apresentador questionou se ter uma opinião racista era crime - sim, é. Racismo é crime no Brasil, assim como injúria racial.
O que a saída de Monark mostra é que, ainda não haja uma explícita disposição por parte dos produtores de conteúdo para que quem propaga ideias que ferem os direitos humanos sejam responsabilizados, esse papel passa a ser cumprido por marcas com interesse de se mostrar socialmente conscientes. Ou seja: haverá responsabilização sempre que doer no bolso. E, para doer no bolso, precisa acontecer forte pressão popular nas redes sociais.
Aparentemente, seu afastamento não se dará apenas do vídeo, mas também da sociedade da empresa, sem direito aos dividendos futuros. No entanto, por ora, seu nome segue ativo no CNPJ.
É difícil avaliar o que futuro reserva para Monark. Em algumas plataformas, há quem especule que veículos mais conservadores como Jovem Pan e RedeTV! o receberiam de braços abertos. Ainda que seja o caso, ele terá aprendido com esse episódio a ser mais cauteloso em sua fala. E também em sua defesa. Afinal, afirmar que estava bêbado não é exatamente uma boa desculpa, ainda mais quando se reforça que estava defendendo "uma ideia que existe nos Estados Unidos".
Há um elemento importante a ser entendido com este caso: bons números não significam necessariamente boa influência. Há influenciadores que ofendem uma comunidade inteira e, ainda assim, são celebrados e prestigiados por famosos e políticos. Talvez seja a hora de despertar para o óbvio: preconceito não é entretenimento.
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