Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Volta patrocinada de Arthur mostra que a Globo não tem do que reclamar
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Com faturamento recorde nesta temporada, o "BBB" tem enchido os cofres da Globo de todas as maneiras possíveis. De olho nas oportunidades, o reality show teve patrocínio de literalmente todas as provas e dinâmicas que colocou no ar. Com a volta de Arthur Aguiar do paredão falso, pela primeira vez, também abriu mais um espaço para anunciantes. O retorno do ator à casa mais vigiada do país foi também uma propaganda de uma marca de chocolates.
Ao contrário de parte do público, que tem reclamado consistentemente do elenco e da falta de ação no programa, a Globo não tem do que reclamar. Terminará esta edição como a mais lucrativa de todos os tempos. O "BBB" virou uma grande máquina de fazer dinheiro graças ao engajamento das torcidas de seus participantes e das conversas que consegue gerar, mas há um ônus possível: nas mãos de anunciantes, cada vez mais conservadores com medo de cancelamentos, as provas têm ganhado formatos cada vez mais caretas e menos emocionantes. A ousadia tem sido deixada de lado.
Ao mesmo tempo, soluções como a encontrada para a volta de Arthur Aguiar se mostraram muito eficientes. Em algum momento, terá de haver uma busca por equilíbrio entre entretenimento e publicidade feita de maneira tão estritamente controlada pelos clientes. O reality show é feito de desafio e espontaneidade. Em boa parte das provas faltou isso neste ano.
Essa queixa, no entanto, fica para a audiência. Em um ano de inflação alta e crise, o faturamento bem acima dos R$ 600 milhões deixa a Globo sorrindo.
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