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Gabi Brandt, exibir fatura milionária só mostra descolamento da realidade
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Numa série de stories publicados em seu Instagram na noite desta terça-feira (5), Gabi Brandt atendeu ao pedido de uma amiga para mostrar sua fatura de cartão de crédito. Sem constrangimento e rindo, a influenciadora mostrou que neste mês gastou R$ 377.719,90. "Como vou pagar? Eu também não sei", afirmou Gabi, ignorando o fato de que a fatura estava no débito em conta, respondendo a Yanka Barreiros que a fatura de R$ 300 mil não era "meme".
A integrante da família Pôncio não é a única a celebrar seus gastos com cartão de crédito. Também ex-participante do "De Férias com Ex", André Coelho exibiu em junho que sua fatura estava em R$ 91.208,93. No mês anterior, o gasto teria sido de R$ 67.322,23.
Com a prática, o mundo dos influenciadores, que em boa parte vive cercado de ostentação com viagem às Maldivas, carros de luxo ou joias caras ou distribuição de dinheiro em sinais de trânsito, parece ter atingido um novo patamar de descolamento de realidade. É inconcebível que, em um país com 33 milhões de pessoas passando fome, no qual 33,4% da população vive com até um salário mínimo, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que alguém considere razoável exibir esse tipo de gasto como algo motivador ou pior: como "meme". Não é engraçado ver esse tipo de celebração, não.
O que esse tipo de conteúdo mostra é que Gabi, André e tantos outros estão completamente alheios à realidade de onde vivem, envoltos nos muros dos condomínios em que moram. A questão extrapola o privilégio, ela dá mostras de alienação e falta de empatia com tantas pessoas que os seguem. R$ 377 mil gastos em um mês alimentariam diversas famílias. Para matar a fome dos outros não é preciso de look do dia ou bolsa cara. Nem de carro importado. Precisa de iniciativa.
Mais uma vez, em episódios considerados "prosaicos" por muitos, é preciso perguntar: que tipo de influência trazem alguns desses nichos de influenciadores? Certamente ela deveria ir além de vender vitaminas para cabelos, dancinhas ou suplementos de academia. Enquanto ostentam uma fatura completamente fora da realidade do país, a maior parte dos brasileiros segue batalhando pelo básico. Parece até deboche.
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