Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
'A Fazenda' não pode ignorar LGBTfobia e xenofobia por parte de seus peões
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Com pouco mais de uma semana de jogo, "A Fazenda" já se tornou um mar de conflitos. Boa parte das picuinhas é motivada pela convivência, como era de se esperar, mas alguns têm passado do ponto. Vini Buttel, ex-participante do "De Férias com o Ex", da MTV, possui alguns maus exemplos no currículo.
Durante a votação de terça-feira (20), o modelo afirmou que Alex Galette seria um "leãozinho bravo quando quer" e uma "gazela indefesa quando precisa". O apresentador, que é homossexual, ficou surpreso com o tratamento. Não é novidade para ninguém que gazela é uma ofensa para lá de pejorativa usada contra os gays. Não houve reprimenda por parte da produção.
O mesmo Vini, ao ouvir em confidência de Tiago Ramos que existia um interesse em ficar com Deolane, tratou de ir até a advogada para afirmar que o ex da mãe de Neymar é bissexual, como se isso fosse algum demérito. Por incrível que pareça, os peões sentiram-se à vontade para debochar da suposta orientação sexual de Tiago - nunca afirmada em público, diga-se - e ainda especular sobre possíveis tentativas de suicídio, uma tremenda irresponsabilidade.
Na madrugada desta quarta-feira (21), durante discussão, Tiago, por sua vez, mandou Shayan aprender a "falar português direito". O empresário é iraniano. Não houve aviso por parte da produção, mais uma vez, sobre esse tipo de comportamento.
Tirar pessoas do armário sem que elas se autodeclarem é uma violência, da mesma maneira que chamar um homossexual de "gazela". E essa violência tem nome: LGBTfobia. Num reality show transmitido ao vivo para milhões de pessoas, é fundamental que a direção aja de maneira a coibir que abusos como esse sejam praticados. Em programas de confinamento de vários países, esse tipo de agressão é passível de advertência na hora em que ocorre. O mesmo se aplica a críticas xenofóbicas. Não dá para considerar normal tratar alguém diferente por ser de outro país ou região.
A direção de "A Fazenda" e a Record não podem ignorar direitos básicos de seus peões. Não dá para fechar os olhos para questões como essas.
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