Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Demissões na CNN Brasil mostram que canal precisa se reinventar
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Quando chegou ao Brasil, a CNN Brasil pareceu não poupar esforços para fazer barulho. Com salários acima da média, atraiu nomes da Globo e da Record, mexeu com o mercado de telejornalismo em março de 2020, quando entrou no ar. Dois anos e meio depois de seu lançamento, a emissora vive um período triste neste dezembro. Uma onda de demissões em massa afetou produtores, repórteres e apresentadores. O escritório do Rio de Janeiro foi fechado. Nomes fortes como Sidney Rezende, Marcela Rahal, Monalisa Perrone e Danúbia Braga foram dispensados e tiveram o mesmo destino que Daniel Adjuto, um dos principais âncoras do canal, demitido no último mês.
Em comunicado, a CNN diz que precisa se readequar à realidade econômica do país, mostrando que talvez tenha dado um passo maior do que a perna quando entrou no ar. Embora tenha recebido investimento polpudo, a emissora não conseguiu fazer frente à concorrência no que diz respeito a audiência. A GloboNews, principal rival, seguiu líder mesmo após sua estreia. A chegada da Jovem Pan News dificultou ainda mais e dividiu a fatia do bolo dos canais de notícia.
Passados quase três anos, o que se percebe é que a CNN começou grande demais. Ao invés de crescer, diminuiu. Perdeu nomes importantes, não se preparou para uma competição acirrada em seu gênero. Faltou pé no chão, mas não faltou qualidade. A relevância se constrói com o tempo, mas, nesse caso, pareceu haver maior preocupação com a embalagem que com o processo de construção de marca com a cara do Brasil. Há ótimos programas e profissionais, mas um estudo mais profundo de público e mercado poderia ter evitado a frustração de dispensar tantos bons nomes.
Com o fechamento do escritório do Rio de Janeiro e as demissões quem perde é o jornalismo profissional, já tão atacado nos últimos tempos. Caberá a CNN Brasil saber se reinventar.
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