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Renovação de concessão da Globo mostra que terrorismo de nada adiantou

Colunista do UOL

20/12/2022 22h07

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Ao longo dos últimos quatro anos, não foram poucas as vezes em que Jair Bolsonaro insinuou que cassaria a concessão da Rede Globo. Em novembro de 2021, por exemplo, afirmou: "A Globo tem um encontro comigo no ano que vem. Encontro com a verdade".

Em 2020, o político já havia partido para a ofensiva: "Não vou dar dinheiro para vocês. Globo, não tem dinheiro para vocês. Em 2022... Não é ameaça não. Assim como faço para todo mundo, vai ter que estar direitinho a contabilidade, para que você [Globo] possa ter sua concessão renovada. Se não tiver tudo certo, não renovo a de vocês nem a de ninguém".

Em 2019, o mesmo tom ameaçador foi usado: "Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição. Nem para vocês, nem para TV, nem rádio nenhuma. Mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho para vocês, nem pra ninguém".

O que se vê é que as ameaças ou o "terrorismo psicológico" não funcionaram. Nesta terça-feira (20), Bolsonaro renovou a concessão da Globo por mais 15 anos no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Distrito Federal, em Minas Gerais e em Pernambuco. As cinco praças são as principais da rede, sendo todas as outras afiliadas. O decreto já foi editado e confirmado pela Secretaria Geral da Presidência da República.

No final das contas, saiu vencedora a Globo, perdeu o discurso do governo, que passou anos atacando a emissora e seu jornalismo. A vitória, inclusive, já era prevista, já que um presidente não tem o poder de cassar sozinho uma concessão pública de rádio e TV.