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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Está faltando crime para tanto streaming: séries têm repetido mesmos casos

Alex Murdaugh, suspeito de matar mulher e filho e enconbrir outros crimes em série da Netflix - Divulgação/Netflix
Alex Murdaugh, suspeito de matar mulher e filho e enconbrir outros crimes em série da Netflix Imagem: Divulgação/Netflix

Colunista do UOL

23/02/2023 04h00

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O fenômeno do "true crime" não é novidade para quem assina os streamings, mas tamanha oferta pela quantidade cada vez maior de plataformas tem gerado uma verdadeira corrida por casos reais. Não por acaso, dá para assistir às mesmas histórias contadas de modos diferentes em veículos distintos.

A novidade da vez é "Escândalos e Assassinatos na Família Murdaugh", recém-lançado pela Netflix. Cativante, a produção investiga uma poderosa dinastia de advogados do sul americano e como ela está ligada à morte de uma jovem. O crime, no entanto, acaba evoluindo para investigações de outras mortes suspeitas. Tudo certo não fosse o fato de que a mesma história já foi contada em projetos da HBO Max e do canal a cabo Investigação Discovery.

O caso não é isolado. "The Vow", da HBO, série que investiga a seita frequentada por Allison Mack, de "Smallville", que marcava mulheres com brasa na pele, ganhou desdobramentos no Starz, na Discovery e no Lifetime.

No Brasil, não tem sido diferente. João de Deus, autointitulado médium acusado de abusos sexuais, virou seriado documental na Netflix e na Globoplay. Uma versão ficcional, dirigida por Marina Person e estrelada por Marco Nanini, também irá ao ar no Canal Brasil. A história de Flordelis, ex-deputada e pastora condenada por assassinatos, estreou praticamente ao mesmo tempo na HBO Max e no Globoplay.

Tamanha repetição só prova que o interesse público existe, mas que as eleições de tramas consideradas interessantes têm sido as mesmas, não importa a plataforma. Falta, portanto, melhor critério e busca por casos novos, de maneira que não se "bata cabeça".