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Volta do 'Castelo Rá-Tim-Bum' seria plenamente possível na era internet

Cinthya Rachel, Cassio Scapin, Rosi Campos e Fredy Állan em Castelo Rá-Tim-Bum: Reencontro - Nadja Kouchi/Divulgação
Cinthya Rachel, Cassio Scapin, Rosi Campos e Fredy Állan em Castelo Rá-Tim-Bum: Reencontro Imagem: Nadja Kouchi/Divulgação

Colunista do UOL

28/02/2023 14h45

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Apesar de ter nascido como uma atração patrocinada, o especial "Castelo Rá-Tim-Bum - O Reencontro" passou longe de ser meramente um espetáculo de promoção de marca. Exibido no último sábado (25), o programa segue repercutindo nas redes sociais por falar diretamente ao coração das muitas gerações que assistiram à atração da TV Cultura, levada ao ar a partir de 1994. O sentimento de nostalgia para o espectador é inegável, uma vez que personagens como Morgana (Rosi Campos), Nino (Cássio Scapin), Biba (Cinthya Rachel), Zequinha (Freddy Allan) e tantos outros fizeram parte do cotidiano de muita gente.

O saudosismo, no entanto, traz também uma perspectiva sobre o quanto a televisão mudou. Canais abertos, antes repletos de animações e projetos voltados para o público infantil, aos poucos, abriram mão da faixa dedicada às crianças - apenas a própria Cultura e o SBT seguiram como espaços de resistência nesse nicho. A razão é clara: a mudança na lei de propaganda infantil selou o destino de muitas manhãs e tardes das emissoras.

Hoje, em tempos de internet, cabe se perguntar, no entanto, se uma atração como o "Castelo" caberia na TV atual. E a resposta, dado o entusiasmo com o especial, é: sim. E não é difícil entender o porquê. Com a programação fragmentada em telas, personagens e quadros poderiam ser vistos nas redes sob outra óptica. Da mesma maneira, renderiam projetos multiplataforma, de spin-offs a jogos virtuais. O universo criado por Cao Hamburger e Flávio de Souza é rico e tem fôlego para tanto.

Em um tempo acelerado, o programa já parecia prever que a atenção precisava ser capturada de um jeito rápido, não à toa era composto por quadros rápidos. Em um tempo em que a primeira infância fica plugada na "Peppa Pig" e afins, um projeto educativo à brasileira caberia muito bem. Nostalgia à parte, uma releitura do "Castelo Rá-Tim-Bum" seria perfeitamente possível hoje em dia.