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Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Não é caso isolado: desculpas não fizeram Bruno aprender sobre seu machismo

Colunista do UOL

16/05/2023 15h05

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Desde que vieram à tona imagens de Bruno, que faz dupla com Marrone, sendo abertamente transfóbico com Lisa Gomes, repórter do TV Fama, programa que este colunista apresenta, o sertanejo tratou de pedir desculpas em um vídeo, que já foi apagado de suas redes sociais.

O cantor ainda ligou para a jornalista e se mostrou assustado com a repercussão do caso e, talvez, tenha sido essa a sua motivação para voltar atrás em sua declaração lamentável. Em tempo: transfobia é crime, desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) equivaleu LGBTfobia ao crime de racismo.

Ocorre que as desculpas de Bruno não parecem necessariamente legítimas, nem aparentam ser uma motivação para a melhora, dado o histórico do sertanejo. Esta não é a primeira vez — e provavelmente não será a última — que ele precisa vir a público se desculpar por comportamentos completamente equivocados.

Durante a pandemia, em 4 de julho de 2020, por exemplo, durante uma live comandada por Flávia Viana, grávida de seis meses, o cantor achou que seria razoável perguntar se ela "conhecia o pai do menino". Depois de levar um corte da apresentadora, Bruno insistiu ainda falando de DNA. Flávia, claro, se mostrou incomodada. Na mesma live, Bruno ainda teve a coragem de sexualizar a relação com a ex-BBB, encostando nela e afirmando: "É barriga com barriga. Os órgãos sexuais não se encostam, a barriga não vai deixar".

A situação não é caso isolado. Em agosto de 2022, durante um show, o cantor apareceu supostamente excitado ao ver a dançarina Bela Violence se apresentar no pole dance. No vídeo, Bruno aparece cobrindo as partes íntimas. Um mês depois, em setembro, o sertanejo pegou uma foto da influenciadora Luana Targino, sem autorização, em que em ela aparecia segurando um peixe. Na imagem, colocou a legenda: "Tilaska, tilápia, tikebra". A influencer publicou nota de repúdio e afirmou que medidas cabíveis seriam tomadas. Bruno, novamente, se desculpou.

O que esses episódios mostram é que os casos de machismo têm sido recorrentes na carreira do cantor. Na publicação em que tentava apaziguar a situação com Lisa, seguidores chegaram a brincar com a quantidade de pedidos de desculpas que ele tem postado. O que fica claro, no entanto, é que ele parece não ter aprendido nada com as situações e tem apenas cumprido a obrigação protocolar quando ofende alguém. É de um mau exemplo tremendo e algo completamente lamentável se acompanhar.

Lisa Gomes e todas as mulheres, cis e trans, merecem respeito. E passou da hora de Bruno aprender isso.