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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Com looks ousados e hits, Tina Turner virou uma referência para os LGBTs

Colunista do UOL

24/05/2023 16h15

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Numa cena icônica de "Schitt's Creek", uma das séries de comédia mais premiadas dos últimos anos, um dos protagonistas, David (Dan Levy), descobre o interesse romântico de Patrick (Noah Reid) da maneira mais fofa do mundo: ajoelhado, o rapaz começa a cantar uma versão romântica de "The Best". A cena, uma das mais fofas da dramaturgia americana recente, é uma prova da força de Tina Turner entre os LGBTs.

A cantora, que morreu nesta quarta-feira (24), aos 83 anos, após uma longa doença, é um ícone da comunidade LGBTQIAPN+ há muito tempo. E não por acaso: não foram poucos os duetos com Cher, com quem, aliás, cantou junto de Elton John uma lendária versão de "Proud Mary", se mostrou uma grande aliada da diversidade.

Seus looks, por exemplo, viraram tendências entre drag queens. Na última temporada de RuPaul's Drag Race, Lux Noir London usou um vestido usado por Beyonce em sua homenagem, repleto de franjas. O "flapper dress", como ficou conhecido, foi criado pelo estilista Azzedine Alaïa e foi parar constantemente nos palcos da noite gay. Tina era uma influência tão poderosa no mundo fashion que foi uma das grandes divulgadoras do trabalho de Bob Mackie, hoje conhecidíssimo pelos vestidos cheios de brilho e imitado por drags ao redor do mundo.

Mesmo no cinema Tina não deixou de lado sua influência sobre os LGBTs. Seu look em Mad Max também passou a ser imitado à exaustão enquanto dublam seus hits. Nas baladas, não raro "What's Love Got To Do With It" e tantos outros hits embalam a diversão de todos. A comunidade do arco-íris perdeu uma grande referência e uma ótima aliada.