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Succession termina de forma surpreendente e garante seu lugar na história
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ATENÇÃO: SPOILERS ADIANTE
Um dos finais de série mais esperados dos últimos tempos, o desfecho de "Succession" foi na contramão do que muita gente imaginava. Se parecia evidente que o último capítulo da série revelaria qual dos filhos de Logan Roy (Brian Cox) seria seu sucessor, a produção decidiu pregar uma peça. Sim, de fato essa conversa acontece e ocorre, mas num império com tantos interesses em jogo as figuras parasitárias não deixariam as decisões se estabelecerem de maneira fácil.
Com uma hora e meia de duração, o derradeiro episódio ocorre em ritmo acelerado, com revelações e traições a todo momento. A última delas cabe a Shiv (a espetacular Sarah Snook) que, num lampejo de consciência, resolve punir Kendall (Jeremy Strong) por atos do passado, mostrando que milionários não precisam sair necessariamente impunes. Mas a decisão não se dá apenas por essa razão: ela ocorre porque, no fundo, ao descobrir que Tom (Matthew MacFayden) ocuparia o lugar de CEO que antes seria seu, a personagem parece se resignar mais ao cargo de primeira-dama do que de coadjuvante dos irmãos.
No final das contas, os mais asquerosos saíram vencedores. Os que não tinham dinheiro, mas estavam cegos pela ambição foram recompensados pelas posições de parasitas. "Succession" chegou ao fim de maneira trágica para seus protagonistas, mas perfeita para os espectadores. Não faltou emoção, não faltou texto impecável, não faltou reviravolta. A série deve levar parte dos troféus na próxima temporada de prêmios, sem dúvida, e merece destacar o trabalho de Kieran Culkin, que, com seu Roman Roy, teve uma bela epifania: no fim das contas, mesmo ricos, eles não são nada, são piadas.
Para a HBO o desafio agora será conseguir uma série que mobilize tanta audiência quanto esta. "Succession" certamente fez história e estará entre as grandes obras da dramaturgia moderna.
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