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Diversidade na TV: No dia da parada LGBT, há pouco o que se comemorar

Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Steinman) em Vai na Fé: beijos censurados - Reprodução/TV Globo
Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Steinman) em Vai na Fé: beijos censurados Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

11/06/2023 08h44

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Em pleno 2023, no dia da maior parada LGBTQIA+ do mundo, há pouco o que se comemorar na televisão brasileira. Cerca de 18 anos depois da vergonhosa censura do beijo homoafetivo na novela América entre os personagens de Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro, a questão voltou a ser tabu na maior emissora do país. Nos últimos dois meses, a Globo vetou pelo menos cinco beijos entre homens e entre mulheres de produções como Vai na Fé e Aruanas.

Ainda que a questão tenha avançado no sentido de reconhecer que orientações sexuais diversas existem, a TV parece ter dado alguns passos para trás em um assunto que já estava aparentemente superado. Se em Amor à Vida, de 2013, a cena de beijo entre Mateus Solano e Thiago Fragoso pareceu marcar um divisor de águas na maior emissora do país, agora a Globo parece ter se curvado a setores mais conservadores da sociedade.

Entre os avanços, pode-se citar que atores estejam mais à vontade para se afirmar como LGBTs, algo impensável algum tempo atrás, mas, na ficção, o tabu ainda tem persistido. Se pensarmos então no que diz respeito a apresentadores de TV, a questão piora. Ainda que alguns tenham a sexualidade especulada, é raríssimo que tomem coragem para sair do armário, com medo de represálias. Ainda há muito o que se avançar e, nesse sentido, a internet supera a televisão com larga vantagem. Ou as emissoras acordam ou virarão o retrato de um tempo antigo e que não cabe mais no mundo moderno.