Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Em cinco anos, Regina Volpato reinventou o feminino mais antigo do Brasil
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A notícia de que Regina Volpato deixaria o comando do Mulheres, da TV Gazeta, pegou muita gente de surpresa. A apresentadora, que decidiu não permanecer na emissora após recusar uma redução de salário, tornou-se um dos nomes mais queridos da emissora e, mais do que isso: provou que soube reinventar o gênero, com delicadeza e cuidado.
Programa feminino mais antigo da televisão brasileira, o Mulheres existe há mais de quatro décadas, sempre apoiado no tripé culinária, prestação de serviço e entretenimento. Teve sob seu comando ícones como Ione Borges, Claudete Troiano, Clodovil e Cátia Fonseca.
Antenada com as questões dos novos tempos, Regina Volpato chegou à atração com um toque muito pessoal: aos poucos, passou a introduzir pautas que não eram vistas com tanta frequência na atração, de perfil mais conservador.
Ao longo desses anos, feminismo, direitos LGBTs, direitos reprodutivos e tantos outros assuntos tornaram-se parte do cotidiano do vespertino, que conseguiu ainda cativar novo público, graças aos memes que viralizaram. Não raro, a apresentadora cometia alguma gafe ou se enrolava na cozinha, sempre de um jeito muito espontâneo, genuíno e nada ofensivo.
O Mulheres tornou-se um ambiente de escuta e reflexão e mostrou que ainda há muito a ser explorado no gênero de programas femininos. A TV Gazeta perde com a saída de Regina Volpato, assim como seus espectadores.
Com um rosto tão querido entre o público, o prejuízo por sua saída pode acabar sendo maior que a economia que seria feita com a redução de seu salário. Resta torcer para que tanto o Mulheres quanto a apresentadora sigam firmes em suas carreiras. Ambos são de fundamental importância para a televisão nacional.
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