Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Com fanatismo e homofobia, carta para Gugu é triste retrato de sua vida
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Ao longo de toda a sua carreira, Gugu Liberato teve de conviver com especulações sobre sua vida íntima. Sempre discreto, procurou manter sua sexualidade ao máximo longe dos holofotes, até o momento em que decidiu ter filhos e assumir para as capas de revista uma relação com Rose Miriam.
Hoje, com a batalha por sua herança, toda a privacidade do apresentador, que morreu em novembro de 2019, foi devassada. Nesta quinta-feira (22), uma carta enviada por Rose Miriam para o artista ganhou as manchetes.
No texto, ela afirma saber que ele tem outra "preferência sexual", mas que pode curar com "jejum e oração". Avisa que sua família impede que os dois tenham momentos a sós e diz sentir falta de sexo, ainda que esteja livre para tal, com quem quiser. Rose chega a revelar que sabe onde Gugu encontraria outros rapazes, com celulares vetados.
O que se vê nesta missiva é um retrato de como o fanatismo religioso e a LGBTfobia podem andar lado a lado e estão extremamente próximos. Em tempos atuais, propor "cura gay", algo já derrubado pelo Conselho de Medicina e extremamente repudiado por qualquer sociedade sensata, é algo extremamente violento. Assim como dar ciência de encontros fortuitos, longe do campo público, mais parece ameaçar um segredo do que em dividir o fardo.
A verdade é que a carta escrita por Rose Miriam, mais que mostrar uma mulher apaixonada e em busca de conquistar seu amor, acabou, neste texto, revelando a triste vida que Gugu levava. Por 60 anos, o apresentador não pode viver a sua verdade, passou décadas num armário que foi aberto, sem seu consentimento, tão logo morreu.
Se confirmado tudo o que é dito no texto, é extremamente melancólico e muito frustrante que ele tenha passado toda a sua existência tentando manter uma fachada por medo do que a sociedade pensa. Ninguém merece ser vítima do fanatismo religioso e da homofobia.
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