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And Just Like That transforma Miranda em uma personagem irreconhecível
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À medida em que Sex and the City evoluiu, suas protagonistas ganharam cada vez mais nuances, a ponto de assumirem características que as transformaram em estereótipos em conversa de bar. Não raro, se ouvia alguém dizer que era "mais Carrie" ou "mais Samantha". Depois de uma primeira temporada muito bem-sucedida, And Just Like That, parece, no entanto, ter deixado de lado a memória de muitas destas figuras queridas pelo público. E o maior exemplo disso é Miranda, vivida por Cynthia Nixon, que, atualmente, em nada lembra a mulher vigorosa que conquistou a audiência da série.
Quem assistiu à primeira leva de episódios sabe que a advogada cansou da vida workaholic e decidiu ouvir os próprios desejos: pediu divórcio e partiu para uma relação com uma pessoa não-binárie. Ocorre que essa jornada de autodescoberta passou a ser contada em tom completamente atrapalhado, transformando por vezes Miranda numa espécie de alívio cômico do seriado, que em nada lembra a mulher obstinada que conhecemos. Agora, a personagem abriu mão de tudo e tem experimentado uma vida sem trabalho, de experiências sem muito sentido, muito graças a seu amor por Che Diaz (Sara Ramirez). É muito bem vindo que ela passe a viver um romance inserido na comunidade LGBTQIAPN+, mas isso não apaga toda a sua história ou personalidade.
Enquanto novas figuras, inseridas para tornar a série mais inclusiva, ganham mais espaço, Miranda vai se tornando uma protagonista insípida, rumando para a caricatura. Uma pena, já que cabia a ela um dos papéis mais complexos e fomentadores de debate na época de Sex and the City, a mulher de carreira incrível que tentava ter uma vida amorosa e uma família ao mesmo tempo em que só avançava no mercado de trabalho. Agora, a personagem tornou-se apenas um arremedo do que já foi. Uma pena.
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