Flavia Guerra

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Léa Garcia, que morreu hoje, é homenageada em Gramado; filho recebe troféu

A homenagem a Léa Garcia foi mantida e aconteceu hoje no Festival de Gramado, no Rio Grande do Sul. A atriz morreu hoje, aos 90 anos, horas antes de receber o troféu Oscarito no evento.

Marcelo Garcia, filho de Léa, recebeu o troféu em nome da mãe. A cerimônia começou 17h30.

"O filho dela, que está aqui presente, decidiu que sim, ele quer subir ao palco e receber o troféu Oscarito em nome da mãe, porque ele sabia como era importante para ela. Ele acredita que esse ato é fundamental para que ela descanse ainda mais em paz", afirmou Marcos Santuário, curador do festival.

A atriz Laura Cardoso, que também seria homenageada hoje, receberá o troféu nos próximos dias.

"A gente fica com o coração um pouco triste de não poder tê-la conosco, mas com a certeza de que ela leva consigo a grande homenagem que não só o Festival de Gramado fez a ela nesses dias, mas todas as pessoas que estavam aqui", afirmou Santuário.

Léa tinha história antiga com o Festival de Gramado

Ao longo de sua carreira, a atriz conquistou quatro Kikitos com as obras "Filhas do Vento", "Hoje Tem Ragu" e "Acalanto".

"Quando ela soube que a gente ia fazer essa homenagem para ela, ela vibrou, disse que amava Gramado. Tem uma relação de afeto com Gramado. [...] Sempre que ela veio aqui, inundou Gramado com um sorriso enorme, que era o que ela tinha até esses dias", conta Santuário.

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Entendemos que por algum motivo, ela surgiu nas nossas mentes e nossos corações para estar aqui nesse momento, para ser homenageada como foi e, de alguma maneira, levar toda essa homenagem, o que significa o troféu Oscarito e o que tem por trás dele, para sua vida eterna. Marcos Santuário, curador do Festival de Gramado

Léa foi ícone do cinema brasileiro

Ao lado de nomes como Ruth de Souza e Zezé Motta, Léa Garcia foi uma das primeiras atrizes negras da televisão brasileira, e uma das maiores expoentes da cultura afro-brasileira.

Inspirado na peça teatral "Orfeu da Conceição", de Vinicius de Moraes, o longa venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro e fez a atriz ser indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina em Cannes.

Além de pioneira, Léa se dedicou a fomentar o cinema negro brasileiro ao longo da vida. Como roteirista, adaptou para as telas textos de autores negros como Cidinha da Silva, Luiz Silva Cuti e Muniz Sodré. Ela também participou de produções feitas por pessoas negras que colocavam temas raciais no centro do enredo, como "As Filhas do Vento" (2005).

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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