Flavia Guerra

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'Menos óbvios': Gianecchini se afasta da TV e se reinventa no cinema

"Este filme é um dos começos de uma fase minha que vai ser bem diferente. Não quero fazer mais muito novela. Escolhi agora me desafiar em outros lugares." Assim, Reynaldo Gianecchini definiu a importância de "Uma Família Feliz" para sua carreira em conversa com Splash no Festival de Gramado 2023, onde o filme teve sua première mundial na noite desta quarta (16).

Quero fazer personagens mais diferentes do que tenho feito, com histórias, com outras narrativas. Este filme é um começo. Está na minha trilha nova de escolha, com personagens menos óbvios e menos vistos que eu já tenha feito.

O ator divide a tela com Grazi Massafera no suspense dirigido por José Eduardo Belmonte e com roteiro assinado por Raphael Montes, da série "Bom Dia, Verônica" (em que Gianecchini também atua), e romances de sucesso como "Dias Perfeitos" e "Jantar Secreto".

Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera em Gramado
Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera em Gramado Imagem: Edison Vara / Agencia Pressphoto / Divulgação

Thriller que mescla drama de família e cinema de gênero, "Uma Família Feliz" revela crueldades escondidas nas entrelinhas de um cotidiano quase normal. Na trama, Gianecchini (Vicente) e Grazi Massafera (Eva) formam uma família aparentemente perfeita e conservadora, que vive uma vida confortável e feliz em um condomínio seguro no Rio de Janeiro.

Ela está grávida do primeiro filho do casal e cria como mãe as filhas gêmeas do primeiro casamento do marido. Tudo vai bem até que, logo após o bebê nascer, entra em uma espiral depressiva e exaustiva. Ela é acusada de machucar as meninas e o menino e passa a ser linchada moralmente pela vizinhança e tem de provar sua inocência.

Com ritmo que vai do drama ao suspense, "Uma Família Feliz" explora as tensões que qualquer família enfrenta, como as expectativas em torno do papel da mulher, da mãe (incluindo depressão pós-parto e da solidão da mulher), da aceitação, do ciúme e da dinâmica de casal. Aliado ao cotidiano do microcosmo familiar, a questão do linchamento imediato, que permeia as dinâmicas sociais do Brasil (e do mundo) contemporâneo, o suspense e a quebra das expectativas em torno de figuras que sempre são associadas aos papéis quase angelicais dão o tom ao filme.

Grazi Massafera em cena de "Uma Família Feliz", em competição do Festival de Gramado 2023
Grazi Massafera em cena de "Uma Família Feliz", em competição do Festival de Gramado 2023 Imagem: Divulgação

Vicente (Gianecchini) é um pai de família que tenta cumprir com os papéis que a sociedade tradicional lhe impõe. "Tem muitas camadas. Eu adorei. É um filme de gênero que a gente não faz muito no país. É um thriller, suspense, não é terror exatamente. Cinema é magia, é brincar sempre com tanta coisa. Sempre fui fã de cinema e acho muito gostoso participar de qualquer projeto audiovisual, na verdade."

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Coisas estranhas começam a acontecer nesta trama, em torno da mulher, a Eva, mas este homem também é muito misterioso. A gente não sabe o que acontece. Pode ser que tenha alguma coisa errada com ele também. A gente vai descobrindo aos poucos o que há por trás daquela família feliz. O diretor, o Belmonte, sempre dizia que queria ver o que a gente não mostra. É difícil para um ator entender o que pode mostrar, o que pode esconder.

Grazi Massafera e Gianecchini em "Uma Família Feliz"
Grazi Massafera e Gianecchini em "Uma Família Feliz" Imagem: Divulgação

Para o ator, embarcar em um projeto como "Uma Família Feliz" é o início de uma fase mais cinematográfica e ousada. "Sempre é novo. Nunca fiz coisas como eu gostaria no cinema. Já fiz bastante coisa na televisão e no teatro. Acho que no cinema ainda falta a minha carreira dar uma ousada melhor."

Este filme é um dos começos de uma fase que vai ser bem diferente minha. Não quero ficar fazendo mais muito novela. Escolhi agora me desafiar em outros lugares. Quero fazer personagens mais diferentes do que tenho feito, com histórias, com outras narrativas. Este filme é um começo. Está na minha trilha nova de escolha, com personagens menos óbvios e menos vistos do que eu já tenha feito.

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