Série 'Monarch' aposta em um Godzilla pop e ótimas cenas de ação

Já quem começar a entrar no universo dos Kaijus com a série descobrirá junto com os personagens que protagonizam esta grande produção, pois, diferentemente dos filmes, desta vez a Monarch é o grande mistério e é da perspectiva dos personagens que o espectador vive a história.

Na lista dos protagonistas, a nipo-australiana Anna Sawai (Cate) e o japonês Ren Watabe (Kentaro), além de Kurt Russell e Wyatt Russell. Pai e filho interpretam, aliás, o mesmo personagem, o soldado Lee Shaw, que, de certa forma, costura toda a trama, pois é o único que viveu o passado e o presente de um mundo habitado por mistérios, segredos e monstros novos, de fazer frente a Godzilla, como lagostas, caranguejos e insetos gigantes. Mas, se a produção, os efeitos especiais e o elenco impressionam, é a dimensão quase íntima, a do drama de uma família, que segura uma trama que pretende ir além de um grande videogame.

"Eu li esse roteiro incrível do piloto que Chris Black e Matt Fraction (criadores da série) tinham escrito. E eles responderam a esta pergunta e se concentraram nos humanos. Vendo este "mundo monstro" maior por meio da perspectiva dos humanos. E que era sobre como as vidas desses personagens foram afetadas pelo trauma dos monstros, mas também pelos monstros em suas próprias vidas", comentou para Splash o cineasta Matt Shakman, diretor dos dois primeiros episódios da série e produtor executivo.

No caso da trama de "Monarch" os monstros literais estão bem claros, mas os internos dizem respeito ao drama principalmente enfrentado por Cate (Anna Sawai) e Kentaro (Ren Watabe), dois jovens que descobrem serem irmãos por parte de pai após o desaparecimento dele.

Um ano depois dos fatos ocorridos no primeiro filme da saga, de 2014, "Godzilla", quando a batalha entre Godzilla e os Titãs abalou São Francisco, a humanidade já sabe que os monstros são reais e que sua ameaça também. Cate, aliás, tem profundos traumas com a catástrofe e isso influencia seu comportamento atual.

Seu pai, o japonês Hiroshi Randa (Takehiro Hira), desapareceu no dia fatídico e ela tenta descobrir o que ocorreu. Mas quando Cate viaja ao Japão para descobrir que portas um grande molho de chaves que ele deixou, abre-se também um portal para um passado de muitos mais segredos além da traição, com direito a papeis secretos sobre a Monarch e a existência dos Kaijus, ou Titãs.

Para complicar tudo, descobre que o pai tinha uma família nos Estados Unidos, a de Cate, e outra no Japão, a de Kentaro. Com a ajuda da ex-namorada de Kentaro, May (Kiersey Clemons), eles tentam decifrar do que se tratam arquivos confidenciais ligados à Monarch que eles encontram no cofre de Hiroshi e despertam a atenção da organização.

Eles passam a ser alvo da Monarch e recorrem ao militar aposentado Lee Shaw (Kurt Russell) para tentar escapar e entender o que de fato aconteceu com Hiroshi. Lee sabe muito mais sobre a família de Cate e Kentaro e dos segredos do passado da família.

É aí que está o outro tempo narrativo da história, os anos 1950, quando Lee foi incumbido de proteger a cientista Keiko Miura (Mari Yamamoto) na sua pesquisa em busca de Cryptides, seres lendários que vivem em áreas radioativas que nunca foram comprovados que de fato existem. No caminho, encontram o também pesquisador e aventureiro Bill Randa (Anders Holm) e cada vez mais se arriscam e vivem aventuras incríveis, mas se tornam também alvo da Monarch.

No passado, é Wyatt, filho de Kurt Russell e Goldie Hawn, quem vive o Lee Shaw. Ele sabe muito sobre a Monarch e deixou monstros no armário que voltam a assombrá-lo em um presente em que os riscos são muitos e a entrada do lendário Godzilla no cenário é tão ameaçadora quanto necessária.

É justamente este jogo bem equilibrado que tira "Monarch" da prateleira dos grandes projetos em que os personagens são coadjuvantes para que as cenas de ação, os efeitos especiais e os monstros brilhem e o coloca na rara seção de projetos em que há um equilíbrio possível.

"Monarch" é grandioso, é pop, é para que os olhos se encham com os caranguejos, insetos gigantes, além do Godzilla, claro. Mas é também para se acompanhar as idas e vindas de personagens que, como disse a produtora executiva da série, Tory Tunnell, têm tudo que uma boa soap opera e novela tem.

Os fãs de Godzilla e do MonsterVerse, além dos clássicos Kaijus vão se deliciar? Claro. Os nem tanto ou mais jovens, que descobrem agora as entranhas da Monarch, também? Sim.

A propósito, o elenco da aguardada série da Apple "Monarch - Legado de Monstros" ("Monarch: Legacy of Monsters"), com Kurt Russell, Wyatt Russell, Anna Sawai, Kiersey Clemons e Ren Watabe, vão participar do painel "Monarch - Legado de Monstros" na CCXP 23, que vai ser realizado no Palco Thunder em 3 de dezembro.

O showrunner e produtor executivo Chris Black, e os produtores executivos Tory Tunnell e Joby Harold também participam do painel, que ocorre no espaço que a Apple TV+ vai montar na CCXP 23, com direito a uma experiência imersiva neste Monsterverso. Os dois primeiros episódios já estão no ar e os próximos estreiam toda sexta na plataforma.