Musical arriscado, 'Emília Perez' faz história com prêmio em Cannes 2024
A tradição do cinema hollywoodiano pautou a escolha do júri ao definir seu Prêmio do Júri, considerado a medalha de bronze do festival.
"Emília Pérez", do francês Jacques Audiard, é um musical que bebe na fonte dos grandes clássicos do gênero, mas que o subverte ao contar a história de um grande chefe do tráfico de drogas mexicano que sempre se sentiu uma mulher e contrata uma advogada para o auxiliar no processo de redesignação de gênero.
A premissa era arriscada, pois o longa unia musical, violência, melodrama e até ação. E tudo isso filmado por um francês em espanhol no México. Mas a mistura funcionou e rendeu não só o prêmio para Audiard (que já levou a Palma de Ouro por "Deepan" em 2015) como também o Prêmio de Elenco Femino para o trio formado por Karla Sofia Gáscon, Zoe Saldaña, Adriana Paz e Selena Gomez.
"Este prêmio vai também para todas as pessoas trans, que sofrem todos os dias. Amanhã coisas horríveis de sempre vão ser ditas, mas, assim como Emília Pérez, é possível sempre se tornar uma pessoa melhor, Melhorem, cabrones!", conclui Gascón, que se tornou a primeira mulher trans a receber o prêmio de atuação em Cannes.
É uma mensagem profunda que vai ajudar muitas pessoas no mundo, é algo necessário a se fazer. Essa Palma não é apenas para nos consagrar, mas para consagrar todas as pessoas que lutam por si mesmas
Karla Sofia Gascón, importante nome das novelas mexicanas, em conversa com os jornalistas
Questionada sobre a importância de "Emília Pérez" para mudar a forma como o mundo vê as pessoas trans, Gascón afirmou que este não é um filme só para as mulheres, "mas para todos os seres humanos".
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