Flavia Guerra

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Reportagem

Miá Mello é dubladora em 'Divertida Mente 2': 'Todo mundo se mistura'

Ansiedade. Uma fofa, laranjinha de cabelos espetados, olhos esbugalhados e com muita energia. A velha máxima de desenhar para que a gente entenda melhor foi seguida à risca pela Disney-Pixar em "Divertida Mente 2", que chega esta semana aos cinemas e já vem enchendo os fãs da saga da menina Riley ansiosos desde o sucesso imenso do primeiro filme, em 2015.

Ela vai chegando nada de mansinho, mas às vezes sorrateira e, mesmo querendo ajudar a prever todos os cenários negativos possíveis para, no fundo, proteger a gente de algo que pode dar errado, pode tomar conta de tudo e, aí sim, causar grandes estragos.

A premissa de "Divertida Mente 2" não poderia ser mais contemporânea e também mais eterna. Afinal, além das emoções básicas que já conhecemos do primeiro filme, que são essenciais para se formar caráter ainda na infância (a Alegria, o Medo, o Nojinho e a Raiva), com a chegada de Riley na adolescência, em um mundo ultraconectado e ansioso, a Ansiedade chega acompanhada da Vergonha, da Inveja e, claro, do Tédio. Parece paradoxal, mas todas essas emoções andam bem de mãos dadas e fazem parte da adolescência desde o dia 1.

A propósito, entre vários acertos metafóricos do filme dirigido por diretor Kelsey Mann, o alerta vermelho de Dia 1 da Puberdade é genial. Ele começa a tocar sem parar, ensurdecendo todo mundo enquanto a Sala de Controle começa a ser demolia (ou a adolescência não seria exatamente este caos mental?) e o painel geral de controle ganha novos botões hiper sensíveis que causam emoções fortes ao menor acionamento.

Quando Riley completa 13 anos, descobre que, apesar de ser uma pessoa legal, também tem outras emoções não tão legais assim ao saber que suas duas melhores amigas vão mudar de escola. Obcecada por entrar no time de hockey (sua paixão) da escola e fazer novos amigos das turmas mais velhas, ela oscila entre continuar sendo a menina bacana que sempre foi ou adolescente ansiosa que se anula muitas vezes para ser aceita. A ansiedade cresce, a inveja surge, o tédio às vezes até protege de grandes vergonhas, que chega forte também. Retrato mais file da adolescência, impossível.

Para dar voz e vida a essas emoções contraditórias, mas que fazem de nós tão humanos e fascinantes, foi convocado um belo elenco brasileiro. Tatá Werneck, perfeita para o papel, vive a Ansiedade. Gaby Milani é a Inveja, Eli Ferreira é o Tédio e Fernando Ferreira é a Vergonha.

No time das emoções básicas, Miá Mello repete sua ótima performance como a Alegria, Dani Calabresa está hilária como Nojinho e Otaviano Costa perfeito como o Medo. Léo Jaime é um Raiva genial também.

Em conversa com o Splash, questionados qual emoção dominou seus corações e mentes na adolescência, eles se dividiram. "Eu sou ansiosa hoje. Eu era ansiosa, mas eu fui muito tímida. Quem predominou no meu painel de controle foi a timidez", comentou Dani Calabresa.

"Eu sempre fui um cara de pau, mas não sei se era ansiedade. Acho que tem muito mais um código de identificação com a alegria de fazer as coisas, de viver, de transbordar o que eu queria transbordar para o mundo do que propriamente uma ansiedade", pontuou Otaviano Costa. "É lógico que a ansiedade fica naquela gavetinha louca para que aconteça alguma coisa para que isso possa ser transbordado, mas acho que fui mais alegre e disposto para viver a vida do que ansioso", completou.

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Miá Mello ponderou que, ainda que tenha sido muito mais no registro da alegria, mas que "principalmente na adolescência e na infância existe uma ansiedade." "Não a ansiedade no estado de saúde mental, mas de querer algo e ter que esperar, ter a viagem da escola e não conseguir dormir. Então é muito comum. A alegria flerta com a ansiedade. Todo mundo se mistura. Todo mundo tem todas as emoções e elas se misturam. Às vezes alguma está no comando, outras menos.

E coexistem. São fundamentais uma para a outra. Isso é legal. O filme mostra que está todo mundo no painel de controle, trocando, erradas ou certas, antecipadas ou atrasadas, mas são coexistentes e fundamentais para nossa vida", concluiu o ator.

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