Flavia Guerra

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Opinião

'Ruptura' lota palco da CCXP e prova que séries estranhas também são pop

"Eu criei esta série quando tinha um emprego e estava insatisfeito com ele. Alguém aí se identifica?", perguntou Dan Erickson , criador de "Ruptura" diante de uma plateia de 3.000 pessoas que lotaram o palco Thunder da CCXP 24 neste sábado (7).

A resposta do público foi tão efusiva e barulhenta que se chega a pensar se o brasileiro, um dos maiores fãs da série da AppleTV+, também não é um dos profissionais mais infelizes com seu trabalho.

Ironias à parte, a identificação que a estranha, mas genial, "Ruptura" provoca passa pela habilidade do roteiro tratar das bizarrices que toda empresa e/ou corporação inventa como regras de trabalho, manual, dinâmica, segredos sobre processos, jogos de poder e tudo mais que transforma qualquer trabalho em uma espécie de Big Brother do mal (se é que existe a versão "do bem").

E se a combinação de humor e esquisitice conquista a uma primeira vista, é a boa dose de drama que cada um dos funcionários da Lumon carrega e revela ao longo da trama que faz de "Ruptura" uma história fácil se relacionar e conectar.

Três dos funcionários nada exemplares da grande corporação Lumon estavam presentes no palco Thunder ao lado de Dan Erickson: Adam Scott, o protagonista Mark; Britt Lower, a rebelde Hely; e Tramell Tillman, o engraçado, porém tóxico, Milchick.

Britt Lower da série 'Ruptura' na CCXP 2024
Britt Lower da série 'Ruptura' na CCXP 2024 Imagem: Leo Rosário/AgNews

O quarteto pareceu genuinamente impressionado com a animação do público brasileiro, que gritou e aplaudiu cada declaração e cada agradecimento pelo apoio à uma série que tinha tudo para ser um produto nichado, para fãs de ficções científicas mais cults, mas que com os toques e direção de Ben Stiller se tornou um fenômeno pop inteligente e instigante.

"É algo que eu pensava que interessava só a mim, mas vendo o trabalho dessa equipe linda, que colocou tanto amor e que trabalhou tanto para que ela acontecesse, é emocionante. Isso além de encontrar o público e ver essa reação. É louco e assustador, porque é uma produção gigantesca com um milhão de partes, mas é incrível", declarou Dan.

Já Scott garantiu ao público que valeu a pena esperar os quatro anos desde o final da primeira temporada, que termina com um corte brusco e o chamado clifhanger (o mistério que deixa o espectador "pendurado" e ansioso para assistir ao próximo capítulo). "Eu garanto que vocês vão amar e entender muita coisa nesta nova temporada", comentou ele em conversa com Splash um dia de sua participação na CCXP.

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Cena da série "Ruptura", da AppleTV
Cena da série "Ruptura", da AppleTV Imagem: Divulgação

Já Britt Lower arriscou um "da hora" e garantiu que Helly vai botar fogo no parquinho da Lumon nessa nova temporada e que Milchick vai ter de apagar vários incêndios que sua personagem vai provocar.

No final da conversa, foram exibidos os primeiros cinco minutos da segunda temporada e o que se viu foi um Mark perdido em labirintos brancos de drywall típicos de grandes empresas de escritório e um reencontro com Milchick, sempre assustador e divertido com seu sorriso corporativo.

O pick-up foi ao delírio. Agora é aguardar até 17 de janeiro até que a temporada estreia na AppleTV+. Em tempo, Ben Stiller confirmou a terceira temporada de "Ruptura", ou seja, o labirinto burocrático, maluco, mas também muito real da Lumon, ainda vai render muito mais que as fatídicas "festas do melão".

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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