Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Dossiê de Felipe Neto sobre bolsonaristas mostra dificuldades do Twitter
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Felipe Neto anunciou em sua conta no Twitter que está preparando um dossiê com informações sobre os principais propagadores de notícias falsas e mensagens de ódio no Twitter. "Chega de tentar resolver via funcionários brasileiros. Levaremos o caso para os EUA e para a imprensa internacional. Twitter Brasil, vocês escolheram não fazer nada", afirmou.
Segundo o influenciador digital, o Twitter não tem aplicado suas regras de moderação de conteúdo no Brasil, o que facilita a propagação de fake news.
No post, Felipe chama atenção para o fato do jornalista Allan dos Santos repetidamente publicar informações falsas. Recentemente, Santos postou um vídeo afirmando que a mãe de uma das vítimas no Jacarezinho aparecia em um vídeo segurando um fuzil. O conteúdo era falso e foi desmentido pela polícia. O vídeo foi apagado posteriormente do perfil de Allan.
Como exemplo, Felipe cita que Allan teve seu canal banido no YouTube. Porém, o jornalista e apoiador do presidente Bolsonaro, segue ativo no Twitter. Felipe é um crítico ferrenho do governo Bolsonaro.
Felipe se opõe ao banimento definitivo de personalidades em redes sociais. Inclusive se posicionou contra a exclusão definitiva do ex-presidente Donald Trump.
O objetivo do influenciador é chegar aos donos da rede social e à imprensa americana na tentativa de fazer a plataforma se tornar mais ativa no combate às fake news no Brasil.
Problemas de moderação
O Brasil, assim como a Índia, são mercados chave para o crescimento do Twitter. A Índia é o terceiro país com maior número de usuários na plataforma, o Brasil é o quinto e se aproxima para ultrapassar o Reino Unido. Índia e Brasil são mercados cheios de oportunidades, mas com um contexto político cada vez mais desafiador para a rede social.
Em fevereiro, o Twitter bloqueou, desbloqueou e, em seguida, bloqueou novamente centenas de contas na Índia com conteúdo que o governo do país chamou de inflamatório em meio a protestos de agricultores no país. As ações do Twitter aconteceram depois que o governo indiano ameaçou a empresa com uma ação legal, o que poderia resultar em multa ou prisão para os executivos da empresa caso os conteúdos não fossem removidos.
As redes sociais se posicionam como plataformas para o livre discurso de seus usuários. E no Twitter essa questão é ainda mais presente. Mas o problema é que, à medida que o crescimento das redes sociais nos países desenvolvidos desacelera, as plataformas precisam buscar novos usuários em países com governos de inclinação autoritária. Isso gera uma constante tensão entre aplicar as regras ou criar desconforto com governos locais.
Na índia, a rede social de vídeos TikTok, da chinesa ByteDance, foi banida ano passado pelo governo indiano em retaliação a uma disputa da Índia com a China. O Twitter sabe que o risco existe na Índia e em qualquer mercado com governo de inclinação autoritária.
Outro fator a ser levado em conta é a dinâmica das plataformas sociais, na qual as figuras mais polêmicas trazem mais engajamento do que os perfis moderados.
Em janeiro, o Twitter e o Facebook retiraram o ex-presidente Donald Trump de suas plataformas. Uma das consequências foi o crescimento de redes sociais concorrentes, como o Parler, depois que alguns conservadores ficaram irritados com a medida.
Levar a discussão para a porta dos acionistas do Twitter nos Estados Unidos é uma manobra inteligente de Felipe. O Twitter, assim como outras gigantes de tecnologia, tem sido alvo de crescente escrutínio da opinião pública americana. Depoimentos do presidente da empresa, Jack Dorsey, diante de senadores americanos já se tornaram uma constante.
Equilibrar ideologia e pragmatismo por resultados é um desafio complexo. E no que depender de Felipe, ele não vai facilitar essa tarefa para o Twitter.
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