Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
AT&T confirma fusão da WarnerMedia com Discovery
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Resumo da notícia
- AT&T irá combinar seu portfólio de mídia, incluindo a CNN e Warner, com a Discovery Inc e criar gigante de US$ 150 bilhões
- Os acionistas da AT&T devem ficar com 71% da nova empresa, enquanto os acionistas do Discovery com 29%
- Negócio marca mudança da estratégia de mídia da AT&T, que em 2018 gastou mais de US$ 80 bilhões ao comprar a Time Warner Inc.
- Fusão busca escala para concorrer com gigantes de mídia e tecnologia, como Google e Facebook, que crescem no mercado de conteúdo e publicidade
- A Verizon também vendeu sua divisão de mídia, com propriedades como o Yahoo e AOL, para a Apollo Global Management Inc. por US$ 5 bilhões
- Segundo o CEO da AT&T, John Stankey, o foco da empresa será o 5G e tecnologias sem fio
A AT&T confirmou que irá combinar boa parte de seu portfólio de mídia, incluindo a CNN, TNT e Warner com a Discovery Inc. As negociações envolvem a CNN e outras partes da divisão WarnerMedia, incluindo os canais a cabo TNT e TBS. Caso o acordo se concretize, os acionistas da AT&T se tornariam donos de parte relevante da nova companhia avaliada em mais de US$ 150 bilhões. Os acionistas da AT&T ficariam com 71%, enquanto os acionistas do Discovery ficariam com 29%.
Um acordo entre WarnerMedia e Discovery, cujo portfólio inclui sua rede homônima, além da HGTV, Food Network, TLC e Animal Planet, consolidaria um negócio de mídia prejudicado pela perda de assinantes na TVs a cabo e crescente perda de audiência e anunciantes na TV aberta para o digital. O movimento é uma tentativa de alcançar escala e competir com Netflix e Disney no streaming, mas também uma resposta às gigantes de tecnologia Google, Facebook, Apple e Amazon, cada vez mais atuantes no segmento de conteúdo e publicidade.
HBO Max e Discovery Plus tiveram algum sucesso na corrida do streaming. A Discovery divulgou em abril que havia alcançado 15 milhões de assinantes em seu negócio de streaming, enquanto a HBO Max conseguiu quase 3 milhões de assinantes no primeiro trimestre, alcançando 9,7 milhões de assinantes até o final de março. No entanto, as duas empresas estão competindo com rivais muito maiores: a Netflix tem 208 milhões de assinantes em todo o mundo, enquanto o Disney Plus atraiu mais de 100 milhões de assinantes em 16 meses. A WarnerMedia planeja lançar HBO Max na América Latina e em partes da Europa no segundo semestre.
Gigantes mudam estratégia
A negociação marca uma mudança radical de estratégia da AT&T. Em 2018, a empresa americana de telecomunicações realizou uma das maiores compras de mídia da história, gastando mais de US$ 80 bilhões na compra da Time Warner Inc. O acordo tornou a AT&T a empresa mais endividada do mundo. A venda também seria uma maneira de reduzir a dívida da AT&T e melhorar suas margens.
Nos últimos meses a AT&T tem realizado cortes em seu quadro de funcionários e vendido empresas do grupo. Em fevereiro, fechou um acordo com o fundo TPG para a venda da DirecTV. Em dezembro, negociou sua unidade de vídeos de anime Crunchyroll com a Sony por US$ 1,2 bilhão. A participação no serviço de streaming Hulu também foi negociada.
Segundo o CEO da companhia, John Stankey, o foco da empresa será o 5G e tecnologias sem fio.
A AT&T é a segunda gigante de telecomunicações nos Estados Unidos a mudar sua estratégia de conteúdo e mídia em menos de um mês. A Verizon vendeu sua divisão de mídia, com propriedades como o Yahoo e AOL, para a Apollo Global Management Inc. por US$ 5 bilhões.
Os recentes resultados frustrantes de crescimento de novos assinantes em serviços de streaming como Netflix e Disney+, inclusive com disputas internas na liderança da Disney, mostram como a tarefa de concorrer com as big techs é difícil. O YouTube, por exemplo, ainda este ano deve superar a receita e horas de visualização da Netflix.
O negócio entre AT&T e Discovery ainda depende da aprovação de orgãos reguladores. Mas uma realidade não muda no mercado de mídia. Para concorrer com Google, Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Disney, escala é essencial.
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