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Guilherme Ravache

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Fim do gatonet: 5 milhões de caixinhas vão morrer, e é só o começo

Colunista do UOL

09/02/2023 20h14

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A Anatel anunciou nesta quinta-feira que cerca de 5 milhões de decodificadores clandestinos em uso no Brasil serão desligados.

O famoso gatonet, caixinhas conhecidas também como TV Box e que funcionam ilegalmente transmitindo toda sorte de conteúdo de TVs e plataformas de streaming, agora serão cortadas na origem.

O desligamento será feito de forma remota, sem que as prestadoras de serviços tenham de entrar na casa do usuário.

Agora, ao identificar uma rede pirata de caixinhas, a Anatel notifica o provedor de internet, que corta o sinal para o aparelho. A medida é relativamente simples e era uma reivindicação antiga das empresas de mídia e dos produtores de conteúdo, mas esbarrava em questões internas da Anatel.

Apesar da pirataria ser crime previsto na lei e implicar em até quatro anos de prisão, a agência por anos vivia um dilema interno em cortar o sinal das caixinhas. O temor era de que medida fosse interpretada como interferência no tráfego de dados da internet.

Porém, o gatonet tem se tornado um crescente negócio dominado por grandes quadrilhas, inclusive internacionais. Outro risco são os aparelhos que entram nas casas das pessoas e já chegam com vírus e toda sorte de ameaças digitais. Uma vez instalados, os equipamentos dos consumidores são usados em crimes digitais.

A pirataria não vai acabar, obviamente. Mas o gatonet será uma prática bem mais difícil e mais ações de combate estão previstas. A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura estima que, por ano, a pirataria custe R$ 15 bilhões em receitas perdidas.

Além disso, o combate aos sites que vendem as caixinhas também será intensificado. Plataformas que venderem os aparelhos deste tipo também podem ser punidas.

Acabou a mamata dos piratas.

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