Helio de La Peña

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Opinião

Plano Trapalhão? Da cagada na mesa do Xandão ao veneno na pinga de Lula

E esse golpe dos trapalhões? Pode isso, Arnaldo?

O Brasil não é um país sério. Em 2018, resolveu eleger um sujeito que jurava ser um outsider da política. O fato de Bolsonaro estar há 28 anos na Câmara era um mero detalhe. O capitão era conhecido mesmo por ser atração frequente em programas como o Superpop e o CQC.

E nesse tom, decidiu levar o governo. Caiu no seu colo uma pandemia mundial. Disse que era só uma gripezinha. Fazia piadas para distrair seus eleitores. E desdenhava das centenas de milhares de mortes que se acumulavam pelo país. Passeava de jet ski e declarava que não era coveiro. Vacina? Era coisa de gente atrasada, como médicos e cientistas, um pessoal que chegava ao cúmulo de achar que a Terra era redonda.

O fim do mandato foi chegando e ele estava certo de que a população lhe daria mais uma chance. E qual não foi sua surpresa quando Lula, recém liberto da prisão, se tornou opção, mesmo para aqueles que não iam com a sua cara. Tudo para se livrar do capitão.

Bolsonaro e sua turma não acreditavam nas pesquisas, só no voto impresso e auditável.

A certeza da vitória era total. O capitão teria um segundo mandato regado a Leite Moça e cloroquina.

O ex-PRESOdente Lula foi reconduzido ao poder pelo voto, o desespero tomou conta de Bolsonaro, de seus filhos e da turma da caserna que estava com ele. Deprimido, trancou-se no único local do Palácio do Planalto onde ninguém o procuraria: a biblioteca.

Ali começou a tramar como se manter na residência oficial. Para isso, o capitão contaria com o apoio de seus comandados. Justo ele, que foi expulso do Exército, agora mandava nos generais.

Sem a ajuda de um roteirista competente, escreveram um plano de golpe. Envolvia fugir pros Stêites e sobreviver vendendo joias usurpadas do Estado.

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Voltaria nos braços do povo que estava acampado na Praça dos Três Poderes. Seus devotos apelavam para tudo para manter o capitão padroeiro na Presidência. Uns tentavam se comunicar com ETs, outros rezavam para pneus. Um extremista se agarrou no para-brisa de um caminhão que o levasse ao paraíso? Nada deu certo.

Até que em 8 de janeiro de 2023, o pessoal do acampamento, para se aliviar de um piriri coletivo, procurou o banheiro mais próximo. Sem as chaves da porta, quebraram vidros e janelas para invadir o STF. Como não sabiam onde ficava o banheiro, se aliviaram na mesa do Xandão. Estava feita a cagada.

Bolsonaro e seus puxa-sacos só pensaram numa saída razoável. Envenenar Lula, Alckmin e Xandão. Pingariam uma substância na pinga do supremo mandatário, no chuchu do vice-presidente e no Minoxidil do então presidente do TSE. Quem desconfiaria deles?

O plano não funcionou. Até hoje ninguém entende porquê. Um chaveiro partiu de Santa Catarina para abrir as portas da felicidade do grupo, lançando bombas para todos os lados. Inspirou-se na tática dos terroristas do Oriente Médio e se transformou num homem-bomba para matar milhares de pessoas e acabar de vez com o governo Lula.

Mas era semana de feriado, não tinha ninguém em Brasília.

Meme atentado de homem-bomba no Congresso Nacional
Meme atentado de homem-bomba no Congresso Nacional Imagem: Reprodução
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Enquanto isso, a Polícia Federal descobriu a minuta do plano para matar o presidente, o vice e o homem da capa preta. Não foi difícil. O plano estava detalhado num papel. Foi impresso no Palácio do Planalto e auditado pelo próprio presidente trapalhão. Exatamente como ele sempre disse que deveriam ser as cédulas das eleições, talquei?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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