Joyce Pascowitch

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Opinião

Beckham e Victoria: a história de amor e atração que nos faz acreditar

Desde que comecei a ser uma adepta do streaming, fui tateando pra ver qual estilo de filme que faria mais sentido para eu assistir, o que eu queria como entretenimento. Nem sempre seria um filme que eu poderia ver no cinema, ou uma daquelas séries muito comentadas.

Antes de mais nada, preciso dizer que fiquei encantada com "Succession" e "White Lotus", mas a primeira que me pegou de fato foi "The Affair"

Cada uma por um motivo: "Succession" remetia à minha profissão, "White Lotus" era uma viagem fantástica por cenários incríveis e personagens inusitados e "The Affair" foi um drama com amor e sexo bem costurado que se passava em uma cidadezinha perto de Nova York que eu amo, Montauk, na região dos famosos Hamptons, as praias chiques de lá.

Mas quando eu comecei a assistir aos documentários, foi aí que eu descobri de fato o mundo encantado do streaming. Vou citar aqui alguns dos que fizeram minha cabeça, e que eu recomendo muito: o de Leonard Cohen, o de Miles Davis, da escritora Joan Didion, dos estilistas Halston e Ralph Lauren, do restauranteur e colecionador Michael Chow e até o de Georgina, a mulher tipo popozuda do jogador Cristiano Ronaldo. Amei todos e cada um.

Por isso, quando eu soube que tinha um novo documentário na Netflix, dessa vez sobre David Beckham, fiquei curiosa. Não sou muito fã de futebol, mas fui pega logo nas primeiras cenas.

A personalidade desses gênios da bola e, principalmente, a história deles, como se iniciaram nesse métier, como aprenderam a lidar com os desafios e com a própria fama, isso me interessa muito: o lado humano e como eles foram se transformando e construindo essa persona até virar o que são hoje.

Não terminei ainda de assistir todos os episódios, mas me deu a maior vontade de compartilhar aqui o quanto estou achando tudo isso um misto de encantador com interessante e inspirador. E vale muito assistir!

Os motivos são vários: a infância dele como menino-prodígio da bola desde pequenininho, a insistência do pai para transformar ele em uma referência no mundo da bola (sonho que o pai tinha para ele próprio e transferiu para o filho), as imagens daquele menino loirinho meio retraído, mas já dando sinais que viraria gigante nos campos.

O pai era muito duro com ele e não sei se concordo exatamente com as práticas e métodos, mas isso com certeza fez de Beckham esse homem, jogador de futebol, empresário, tudo isso que ele acabou virando. Gostei da maneira com que a história é mostrada, intercalando com as cenas de sua mulher, Victoria dos dias de hoje, uma mulher muito colocada, e mesmo lá atrás no início do namoro dos dois, quando ela era uma das Spice Girls.

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Me interessou também a maneira como a mulher ocupa um lugar importante em sua vida e como isso é mostrado no documentário: eles são um casal. Ela tem uma função vital. E não é de hoje que a gente vê: uma longa história de amor e atração e que, apesar da profissão dele, onde praticamente todos os jogadores são bastante mulherengos e aparecem aqui e acolá com casos extra conjugais, esses dois com certeza se amam e construíram um legado não só de família mas também de fama, dinheiro e projeção.

As cenas em que ele perdeu o controle no jogo das oitavas de final na Copa do Mundo, fazendo a Inglaterra cair justamente no dia em que ele soube que sua então namorada, Victoria, estava grávida do primeiro filho deles, depois batizado de Brooklyn, o tornam mais humano e vulnerável. O gol que ele faz lá de trás e atravessa o campo inteiro o torna rei. E talvez seja essa mistura, junto da atenção especial que ele dava para seus amigos de sempre e colegas de campo, que vai fisgando nossa atenção.

As cenas do casamento cafona também foram engraçadas: Victoria, David e o bebê Brooklyn, todos de roxo: socorro.

Mas apesar de tudo isso ou talvez justamente por isso, o documentário faz a gente acreditar que é possível construir uma carreira, que é possível amar, que é possível formar uma família, que é possível enfrentar os problemas que nunca são poucos, que é possível seguir um sonho acalentado desde a primeira infância, que é possível ainda por cima ganhar fama e dinheiro com isso tudo.

No documentário a gente percebe que não foi nada fácil. Mas quem disse que alguma vez é?

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado no texto original desta matéria, David Beckham perdeu o controle no jogo das oitavas de final da Copa do Mundo de 1998, e não na final.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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