TV brasileira precisa se reinventar em 2024 para fugir da chatice e remakes
A nossa TV em geral, aberta e fechada, precisa se reinventar. Nos últimos anos deu uma parada no tempo, com a chegada da internet e das plataformas de streaming. Encarou as novas mídias como concorrentes ou, no máximo, parceiras. Não as entendeu como continuidade de crescimento, como expansão de suas possibilidades.
E esse mal-entender de seus novos caminhos provocou um certo travamento. Só agora está se redescobrindo maior.
Nas novelas temos um bom exemplo disto: a busca por remakes e esse esvaziamento de criatividade em várias tramas. Só alguns novelistas tiveram a melhor percepção e desenvolveram boas linguagens, entre eles Rosana Svartman com "Vai Na Fé", João Emanuel Carneiro com "Todas As Flores", e Duca Rachid e toda equipe com "Amor Perfeito". Estes parecem ter evoluído a linguagem.
Neste segundo semestre a Globo perdeu a mão de vez, com essa tentativa desastrosa de adaptar uma antiga novela das 19h, "Elas Por Elas", para o horário das 18h. Pior ainda com Gustavo Reiz, que ia bem na Record, e na Globo cometeu essa bobagem bem-embalada, a tal de "Fuzuê" na faixa das 19h.
E o desastre maior: "Terra E Paixão", na faixa das 21h. Uma trama que já nasceu velha. Uma mistura que já se viu, em que nada combina e não se sabe se é cômica, dramática ou só chata e arrastada mesmo, com personagens de mentira, sem um pingo de humanidade, escorados nas grandes interpretações de Tony Ramos, Glória Pires, Eliane Giardini, Tata Werneck, Débora Falabella, Cláudio Gabriel e alguns jovens atores.
Walcyr Carrasco coloca pitadas de tudo que absorveu de grandes mestres da teledramaturgia, como Ivani Ribeiro, Benedito Ruy Barbosa e Manoel Carlos, mas joga de qualquer jeito, sem muito sentido. Assim, fica tipo um "copia e cola".
A linha de shows na TV aberta e fechada também anda com medo de inovar, recorrendo a vários modelos deixados por Silvio Santos e Gugu. Daí, os sempre criticados reality shows parecem ser as opções que nos restam.
Que 2024 seja um despertar para nossas emissoras de suas novas e amplas possibilidades.
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