Que força! A série brasileira que o mundo descobriu e virou top 1 do mundo
Muita gente diz que vê "Pedaço de Mim" como uma novela em 17 capítulos, mas no meu entender a plataforma de streaming que a transmite, a Netflix, está certíssima de classificá-la como uma série de melodrama.
A novela é produto extremamente popular criada para atrair muitos telespectadores no intuito de vender um produto em massa, ou vários deles, por isso está sempre a disposição dos patrocinadores.
Uma novela tem data para estrear, mas nunca se sabe quando poderá acabar. Já uma série é um pacote fechado, uma história com começo, meio e fim, apresentada assim aos diretores, produtores e atores. Daí se pode fazer um trabalho mais elaborado em todas estas áreas. Acaba sendo um trabalho mais sofisticado.
E mesmo o direcionamento do trabalho pode ser mais específico: é o caso da trama de Angela Chaves, dirigida por Mauricio Farias que a Netflix vem apresentando e que está no Top 1 do mundo atualmente como série em língua não inglesa. O tema universal, mas tão específico de Liana (Juliana Paes), que engravida ao mesmo tempo de dois homens diferentes, surpreende e comove.
O mais marcante pra mim é como a autora coloca a mulher, a personagem, como protagonista absoluta da trama. Os dois homens envolvidos são coadjuvantes da situação. Ela carrega sua história, com medos, força — tirada de si mesma — e uma atenção e tensão de fera pra vida toda.
Este talvez seja o trabalho de Ângela Chaves mais perfeito e talvez um dos melhores da nossa videodramaturgia.
A interpretação de todos no elenco beira a perfeição, mas Juliana Paes vai além. Recebeu um presente especial na sua longa e aplaudida carreira e soube aproveitá-lo de forma definitiva. Dá a sensação de estar vivendo, e não interpretando essa Liana. Entrega total.
Uma série dá mais essa possibilidade, e o próprio foco e até a linguagem vão para uma sofisticação maior. O único ponto em comum com uma novela é a surpresa no final de cada episódio e o prazer de iniciar o próximo.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.