João Emanuel Carneiro viu muito BBB antes de escrever 'Mania de Você'
Quem acompanha o Big Brother Brasil sabe que quando um participante está muito fora da realidade, se diz que está fazendo personagem. Pois essa é a mesma sensação que temos ao ver as manobras de Mavi, Luma, Viola, Rudá e Mércia em "Mania de Você" (Globo).
Os personagens percorrem os cenários e armam uns contra os outros sempre em conversinhas a dois e, às vezes, pintam os embates, que acabam em grandes tretas onde nada se resolve de fato. E o que vemos, na verdade, são personagens armadíssimos, com pouquíssima humanidade. O pior é que, nesse caso, ninguém é eliminado.
O mais curioso é que nas tramas paralelas, o autor, talvez menos focado nas suas inspirações no reality, consegue até lembrar aquele criador da maravilhosa "Avenida Brasil" (Globo, 2012) e dar humanidade aos personagens, como o tóxico Robson (Eriberto Leão) e sua torturada esposa, Fátima (Mariana Santos). Aliás, preciso registrar o brilho das interpretações destes dois atores na trama. Único momento da novela que sentimos raiva e piedade de fato.
Há uma outra personagem que também parece existir: Duh, que está muito bem interpretada por Ivy Souza. Ela é a moça que faz e vende brigadeiros para sustentar a família e conversa com seu ídolo/crush, Leo Caravelli (Nill Marcondes).
Porém, Tia Moema, apesar de ser interpretada pela grande atriz Ana Beatriz Nogueira, é a coadjuvante das coadjuvantes. Só parece estar na trama para justificar a existência de Rudá e do irmão antagonista, Iberê (Jaffar Bambirra). Nunca parece ter vida própria.
Como novela não é reality, a trama de João Emanuel Carneiro, ao contrário do BBB, vem amargando tristes marcas negativas de audiência. A ver se irá melhorar.
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