Nova 'Malhação'? Globo adquire direitos da novela infantil 'Carrossel'
A Globo, emissora líder de audiência no país, adquiriu os direitos da novela infantil "Carrossel", que foi um dos grandes sucessos do SBT, a vice-líder, em 1991 e 2012. A negociação foi feita com a Televisa, emissora do México que produziu a trama originalmente.
Só se surpreendeu com essa notícia quem não se lembra que, assim como "Pantanal" produzida pela Manchete, "Carrossel", ainda na versão mexicana, foi a outra novela que atrapalhou muito a Globo no início dos anos 1990. A ponto de Gilberto Braga ter que mexer —e muito— na trama de "O Dono do Mundo", estrelada por Antônio Fagundes, Malu Mader e Fernanda Montenegro no horário das 20h. Mesmo assim não conseguiu conter o estrago feito pela concorrência. O sucesso da trama infantil foi tão grande que Silvio Santos trouxe a intérprete da professora Helena para participar da Sala do Artista, quadro do Show de Calouros.
O que muitos talvez não saibam é que essa trama de "Carrossel" foi escrita por um dos maiores novelistas do mundo, o argentino Abel Santacruz (1915-1995). Ele foi o autor, inclusive, da novela que fez o Brasil se apaixonar pelo gênero, "A Moça Que Veio de Longe", adaptada para o Brasil por Ivani Ribeiro, em 1964, estrelada por Rosamaria Murtinho e Hélio Souto. Mas ele escreveu muitos outros sucessos, como "Papai Coração", "Picara Sonhadora", ''Pequena Travessa" e "Carinha de Anjo", todas produzidas também em nosso país.
O que será que a Globo pretende com uma nova versão de "Carrossel", que ainda roda com sucesso na Netflix? O que se diz na emissora da família Marinho é que pensam em trazer de volta o público infantil para a TV aberta. O poder da Globo talvez consiga esse milagre, já que os novos pequenos já nascem com os dedinhos e a atenção na internet.
Se a Globo conseguir, será um feito memorável. A direção da emissora carioca deve ter sacado que esta nova geração é ainda mais precoce que as anteriores e, por isso, poderá transformar "Carrossel" na sua nova "Malhação". Não apenas na formação de um novo público para a TV aberta, mas no lançamento de novos talentos da teledramaturgia, o que aliás sempre fez muito bem.
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