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Tiro no pé? 'Mania de Você' muda estratégia, infla elenco, mas não convence

João Emanuel Carneiro acertou em "Da Cor do Pecado", "A Favorita" e "Avenida Brasil", mas depois disso tem errado muito. Não foi nada bem em "A Regra do Jogo", foi mais ou menos em "Segundo Sol" e, agora, em "Mania de Você", erra geral.

A trama inicial parecia interessante, com uns seres que não pareciam muito humanos, mas dava para engolir. Porém, a partir da morte de Molina (Rodrigo Lombardi), a história ganhou um ar tecnológico de vez. Todos os personagens passaram a ser robotizados, e se iniciou um jogo à la Big Brother. E só foi piorando. Sem contar as cenas sem explicação e sentido alguns, com cortes da edição, o que só afastou o telespectador.

Michele (Alanis Guillen) e Daniel Fischer (Samuel de Assis) em 'Mania de Você'
Michele (Alanis Guillen) e Daniel Fischer (Samuel de Assis) em 'Mania de Você' Imagem: Manoella Mello/Globo

As tramas paralelas foram crescendo com personagens que não pareciam ter origem nem destinação certa, e que acabaram se juntando. Um exemplo é a Moema (Ana Beatriz Nogueira) e Nahum (Ângelo Antônio).

Do nada, passaram a aparecer grandes nomes, como o galã Samuel de Assis —um sabor sempre— e, outro lindo, o português Paulo Rocha, em chegadas forçadas. Inflacionaram o elenco e não resolveram a fragilidade da trama, que continua não convencendo o telespectador.

O sucesso de uma novela é basicamente a história e o texto. Um bom autor é fundamental, mas nem sempre o novelista acerta. Um grande sucesso na teledramaturgia, assim como na música, não garante o próximo.

Acho muito difícil que João Emanuel consiga salvar a sua novela das 21h, ultrapassando os 22 pontos de audiência. Quando o público não compra uma trama até a metade, dificilmente ela acabará bem e deixará saudades.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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