Quem é Gabrelú? A nova cara do rap que você precisa conhecer
Meu entrevistado de hoje é Gabrelú, um artista audiovisual que vem se destacando na cena do rap nacional, com músicas e filmes que narram suas origens, vivências e aspirações.
Nascido em Votorantim, no interior de São Paulo, o artista tem um estilo que mistura as referências do hip-hop dos anos 1990 e 2000 a uma identidade autêntica e contemporânea. Hoje, ele mora na região norte da capital paulista e conquistou espaço ao participar do Nova Cena, da Netflix, primeiro reality show de rap e trap.
O programa, que reuniu 18 artistas para competir pelo título de próximo grande nome do rap brasileiro, foi um divisor de águas na carreira de Gabrelú. Embora não tenha vencido —RT Mallone foi o ganhador e levou o prêmio de R$ 500 mil—, ele chamou atenção por seu estilo que resgata a velha escola do rap, com letras impactantes e batidas que dialogam com a raiz do gênero.
Foi uma sensação muito gostosa, porque ali estava todo mundo dividindo um som, dividindo um objetivo. A gente se uniu muito para sustentar aquilo que estava acontecendo. Gabrelú
Gabrelú explica que sua participação no reality foi uma vitrine que abriu portas e atraiu um público que se identifica com as mesmas referências que ele carrega. "O fato de ter colocado bem nitidamente a minha referência da velha escola do rap chamou a atenção de muitas pessoas. Muita gente falou: 'Fazia tempo que eu não ouvia rap desse jeito, do jeito que você está fazendo, com as referências que você colocou'."
Antes de entrar de vez na música, Gabrelú produzia documentários com seus amigos para registrar histórias que aconteciam em sua cidade natal. "Eu gosto, pois vejo como uma forma de a gente se marcar no tempo, sabe? Quem vai contar nossas histórias? Ninguém vai chegar de fora e falar. Se a gente não contar, do jeito que a gente acha que está sendo bem representado, ninguém vai fazer isso por nós."
Embora ainda continue com alguns projetos documentais, o artista afirma que se sente mais feliz fazendo música. Suas letras tratam de sentimentos pessoais e questões sociais, sempre buscando uma conexão emocional com o público.
Quero transmitir uma mensagem de liberdade. Eu me sinto livre toda vez que eu faço isso. Não deixo só para mim, divido com as pessoas. Isso é uma forma de tocar e provocá-las. A partir do momento que eu me liberto, eu faço isso com outras pessoas. Gabrelú
Gabrelú se define como uma pessoa trans não binária, não se enquadrando nos padrões tradicionais de gênero masculino ou feminino. Essa liberdade de identidade, de ser quem é, sem se prender a rótulos, reflete diretamente em sua música.
É importante falar, mas acho que não precisa ser sempre um tema ou me procurar sempre para falar desse tema. A minha vivência é do jeito que é, independentemente disso. Mas isso também muda o jeito que as pessoas me veem e o jeito que eu vejo o mundo. Gabrelú
Seu trabalho é tão próprio, tão característico dos que eu já ouvi, pergunto quais são suas inspirações e ele me conta que se inspira bastante em Sabotage, Racionais e personalidades do rap clássico, mas também tem um pouco de rock. A ideia de suas músicas é transmitir os sentimentos, essa mistura de sentimentos de uma pessoa, além das questões sociais.
Recentemente, Gabrelú lançou uma nova música, "Meu DNA", em colaboração com o produtor musical Mendes. A música é um retrato de sua história e suas aspirações, e está disponível em todas as plataformas digitais. Vale a pena!
Reportagem
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