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Reginaldo Rossi e manguebeat: a música e resistência de Johnny Hooker

Nascido e criado em Recife, Johnny Hooker começou sua jornada na música aos 15 anos, tocando em pequenos espaços. Ele foi um dos primeiros artistas independentes LGBTQIAPN+ de Pernambuco a ganhar projeção nacional. "Comecei com 15 anos, tocando onde dava. Foram anos de luta até conseguir espaço, mas nunca desisti."

Seu primeiro álbum, "Eu Vou Fazer uma Macumba pra Te Amarrar, Maldito!", trouxe músicas intensas, que conquistaram o público. Em conversa com a coluna, o cantor recordou a emoção de ter uma de suas canções na trilha do filme "Tatuagem" (2013), o que abriu portas para sua participação como ator na novela "Geração Brasil" (Globo, 2014). Ele também destacou como sua música se conectou ao audiovisual ao longo dos anos, com canções incluídas em trilhas de novelas e séries.

Eu sabia que essas músicas iam ressoar forte nas pessoas. Elas falam de amor, desamor, juventude, tudo que a gente vive intensamente. Minha música sempre teve essa pegada cinematográfica. Ver minhas canções em filmes e novelas foi surreal!
Johnny Hooker

Entre suas influências, Johnny destaca o movimento manguebeat e de artistas como Reginaldo Rossi. Ele também aponta Recife como o epicentro cultural que moldou sua identidade artística e destaca a importância da representatividade e da resistência, citando o papel de sua arte na luta LGBTQIAPN+ e o impacto de músicas como "Flutua", em parceria com Liniker, que se tornou um hino da comunidade.

"Recife é minha terra-mãe. Está em tudo que faço, nos ritmos, nas letras, na energia. É uma cidade que inspira paixões", afirma ele, que completa: "Ser um dos primeiros artistas LGBT+ de Pernambuco a ganhar projeção nacional é uma responsabilidade enorme. Quero abrir mais portas para quem vem depois".

Recentemente, Johnny lançou uma nova versão de "Cuba", com Pabllo Vittar, e destacou sua alegria em colaborar com uma artista que também quebra barreiras na indústria. Ele falou sobre o processo criativo de seus álbuns, incluindo "Orgia" (2022), seu trabalho mais provocativo até o momento, inspirado pelo cenário político e social do Brasil.

Atualmente, Johnny Hooker está se preparando para a turnê comemorativa dos 10 anos de seu primeiro álbum, com shows em diversas cidades do Brasil, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. Ele também revelou que um novo álbum está em produção e prometeu que será um disco carregado de emoção, pronto para fazer o público chorar. "Preparem os lencinhos, porque esse disco vai fazer sofrer, mas também vai ajudar a dar a volta por cima".

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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