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Existe 'DVD da Netflix'? Sim. E eles são enviados para milhões de pessoas
Chega a sexta-feira e tudo que você anseia é assistir àquele filme, àquela série, àquele show especial no conforto do seu 'cine sofá'. Sem a distração da internet. Sem depender de sinal. Sem ter de pedir senha emprestada da plataforma que você não assina.
Por mais inverossímil que a situação se pareça, vivenciar tal aventura analógica é, sim, possível em alguns lugares do mundo, como nos Estados Unidos. Como? Assinando a Netflix.
Você não leu errado
O streaming mais popular, também um dos estúdios mais poderosos, ainda mantém ativo em sua terra natal um serviço de assinatura de DVDs e discos Blu-ray, que são enviados por correio à porta do cliente, como se estivéssemos na era da pedra lascada —na verdade, da internet discada.
E advérbio "ainda" não é por força de discurso
Para quem não conhece a história, a Netflix começou suas operações em 1998 exatamente desse jeito, atuando como uma videolocadora digital que concorria com a gigante Blockbuster. E foi assim que ela começou a erguer seu império de US$ 160 bilhões.
E como funciona lá nos Estados Unidos?
O serviço oferece planos de aluguel com preços a partir de US$ 9,99 mensais. A pessoa escolhe os títulos a partir de uma lista e recebe até dois discos por vez, com opção de permanecer com eles quanto tempo deseja —inclusive para sempre, com valor extra debitado. Tudo é feito via Correios. E o tempo de entrega varia de um e três dias.
Chega a soar anacrônico esse tipo de negócio sobrevivendo em pleno 2022? Sim. Mas ele não é o único na América do Norte. A Netflix, inclusive, mantém um braço independente com sede própria, em Fremont, na Califórnia, para cuidar exclusivamente de seu "delivery".
No auge das operações, em 2010, eram 100 mil títulos e 20 milhões de assinantes. Mas o mundo mudou. Hoje são aproximadamente 2 milhões de assinaturas e 4.000 discos, que representam menos de 1% das receitas da companhia. Há quem trabalhe na Netflix sem sequer saber que o serviço existe.
Mesmo assim, segundo a imprensa americana, o "DVD Netflix" —o site oficial saiu do ar recentemente, o que não é um bom sinal— continua capaz de gerar lucro servindo um consumidor cinéfilo fiel, segmentado e amante da mídia física.
Você, como eu, possui um aparelho de DVD? Gostaria que a Netflix entregasse filmes e séries por aqui? Deixo então seis argumentos que, na visão deste colunista, justificariam a entrada do serviço no Brasil.
Internet ruim
Vivemos em um país de infraestrutura deficitária. Apesar do avanço dos smartphones, nossa internet não é universal. Diversas regiões têm sérios problemas de conexão e sinal, enquanto os Correios são o único operador logístico a chegar em todos os 5.570 municípios brasileiros.
Acesso ao 'fora de catálogo'
Nem todos filmes e programas em Netflix estão disponíveis em DVD e Blu-ray nos EUA.. Filmes originais, por exemplo, ficam de fora. Mas há títulos licenciados, principalmente de clássicos, que são distribuídos exclusivamente em mídia física.
Guerra dos streamings
A enxurrada de streamings no mercado pulverizou catálogos e nos obrigou a gastar mais do que deveríamos com assinaturas de plataformas diferentes. Sendo assim, o delivery facilitaria o acesso a títulos específicos, aqueles que amamos mas não conseguimos assistir tão facilmente, ajudando a combater a pirataria digital.
Ainda existem aparelhos de DVDs novos
Sim. É só dar um Google. E, como a demanda por eles encolheu, preços caíram consideravelmente. Hoje dá para encontrar equipamentos de qualidade por menos de R$ 200.
A possibilidade da melhor qualidade possível
Resolução importa para você? A imagem dos streamings, embora satisfatória, passa por mais processos de compressão digital e é inferior à oferecida, por exemplo, por um bom disco Blu-ray.
Porque suporte físico é experiência, assim como ouvir um LP, um CD ou uma fita K7
Colocar um DVD para rodar é mais que enfiar um disco em um player. É entrar em uma experiência tátil, que demanda envolvimento. E o envelope da Netflix com a sinopse do filme, impressa em tipografia clássica, é um charme só. Assim como suas embalagens temáticas, como esta abaixo, de Halloween.
Mas essa é só minha opinião. E qual é a sua? Envie-a para mim nos comentários deste texto ou via Instagram (@hrleo) e Twitter (@hrleo_). Quer ler mais textos do colunista? Clique aqui.
E até a próxima datilografada!
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