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Você sabe diferenciar uma vitrola de um toca-discos? Leia e não erre mais
Desde os apogeus do charme e funk, dois termos usados equivocadamente como sinônimos não causavam tanta confusão. Em tempos de revival de discos de vinil, responda sem consultar o "pai" Google: você sabe diferenciar um toca-discos de uma vitrola?
Se a resposta for negativa ou se você há anos dá o nome de vitrola a seu toca-discos, erro mais comum, não há problema. Palavras são intercambiáveis e o idioma é fluido. Mas saber a diferença entre eles é, sim, importante, principalmente na hora de ir às compras.
Existe uma forma fácil de saber
Repare na estrutura dos aparelhos. Toca-discos não possuem alto-falantes e amplificadores (ou pré-amplificadores) embutidos. Em outras palavras, ele precisa de componentes externos para reproduzir um disco de forma amplificada. Sozinho, não dá conta. Isso seria um ponto negativo, certo? Não exatamente.
Por ser um dispositivo "isolado", projetado para cumprir apenas uma função, o toca-discos oferece mais fidelidade na reprodução do áudio. São destinados a sistemas sonoros e, geralmente, possuem componentes e design capazes de oferecer uma experiência auditiva superior.
Para ligá-lo, é preciso conectar cabos a pelo menos um amplificador (ou a um receiver, que é o amplificador com rádio) e/ou a um conjunto de alto-falantes. Em casos em que o aparelho oferece apenas a saída "phono", também será necessário recorrer a um pré-amplificador.
E o que seria uma vitrola então?
Referência ao termo "victrola", a forma como eram chamados os matusalênicos fonógrafos da Victor Talking Machine Company (a marca do cachorrinho Nipper), a vitrola é um tipo de toca-discos que contém todos os componentes necessários para a execução dele.
Você não precisa se preocupar em comprar amplificador e caixas, que já vêm acopladas de fábrica. Algumas vitrolas, várias delas disponíveis no varejo brasileiro, ainda podem dispor de funções como rádio e CD Player conjugadas, a exemplo dos antigos mini sytems.
Trata-se de um aparelho "tudo em um" que se tornou popular nos anos 1960, antes de perder espaço para os toca-discos na década seguinte. Prima pela praticidade em detrimento da qualidade sonora. Exemplo de vitrola: as famosas maletinhas portáteis de empresas como a Crosley —que não fabrica apenas maletinhas.
Qual é a melhor e devo comprar?
Resposta que vale para quase tudo na vida; vai depender. No caso, da experiência que você espera. Salvo exceções, vitrolas são destinadas a ouvintes casuais. Mais baratas, construídas de forma enxuta, com componentes de menor qualidade. Gabinete e braço costumam ser feitos a base de materiais plásticos. Cápsulas, quase sempre de cerâmica.
A economia traz ainda outro potencial agravante: como já detalhei aqui, elas não possuem (ou possuem de forma limitada) funções importantes como anti-skating e a presença de contrapeso na base do braço, o que pode ocasionar arranhões e avarias ao disco, que sofrerá uma pressão de agulha desproporcional.
Além de terem componentes mais facilmente atualizáveis, toca-discos são mais estáveis, sofrem menos interferência na reprodução e por isso se tornam ideais para se mergulhar no formato analógico em seu esplendor sonoro. Possuem cápsulas eletromagnéticas, com agulhas de safira ou diamante, e, obviamente, preços mais elevados —fora os gastos obrigatórios com amplificador e alto falantes.
Recomendação deste humilde colunista: na dúvida, economize até conseguir comprar um toca-discos, cuja durabilidade pode chegar a uma vida inteira —ou mais. Há menos chance de a qualidade sonora te decepcionar. E existem modelos de entrada acessíveis e hoje um mercado de usados aquecido.
Mas vitrolas não são totalmente descartáveis, conforme escreve o manual do colecionador xiitas
Sua ideia é apenas aproveitar a onda e começar a ouvir (ou voltar a ouvir) vinil sem pressão —psicológica e financeira—, para entender se este hobby serve para você? Nesse caso, e há muitos nessa situação, as vitrolas podem servir como um prático primeiro passo.
E qual é sua opinião sobre esse assunto? A escreva nos comentários ou mande uma mensagem para mim no Instagram (@hrleo) ou Twitter (@hrleo_). Quer ler mais textos? Clique aqui.
E até a próxima datilografada!
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