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Golpe do vinil polido: saiba como não cair nele e aprenda a comprar discos
Colecionadores conhecem esta dor. Você vai a uma loja e pesca aquele sonhado (e caríssimo) disco de vinil, que mesmo usado tem a aparência dos sonhos —sem qualquer sinal de arranhão ou marca de superfície.
Chegando em casa, o anticlímax. Ao tocá-lo, parece que estamos ouvindo um ovo sendo frito em fogo alto sobre uma frigideira engordurada. Chiados e estalos ressoam em altos decibéis.
Mas por que isso acontece?
Existem explicações práticas. Muitas vezes nos enganamos com o ângulo da luz refletida e pegamos um disco riscado. Mas o fato é que cada vez mais consumidores vêm sendo vítima de um golpe. O silencioso golpe do disco polido. Já ouviu falar?
A origem do problema
Geralmente acontece assim: donos de lojas e sebos adquirirem grandes lotes a preços convidativos na internet. Há casos em que os discos estão em péssimo estado de conservação. Riscados e praticamente inutilizados.
Temendo perder o retorno do investimento, alguns recorrem a uma saída comum no mercado automotivo: dar "acabamento" ao vinil usando ferramentas de polir.
O processo retira a camada superficial do LP e, com ela, os indesejáveis arranhões. O disco se torna fosco e então é "envernizado" com produtos aderentes que trazem de volta o brilho original. Praticamente renasce como novo.
O problema, óbvio, é que um disco não é um carro.
Todos os vendedores fazem isso? Não. O golpe é aplicado por uma minoria. Mas uma minoria que reverbera, já que diversos compram o vinil já dessa maneira e o revendem assim. Sem saber do problema ou testar o disco.
Mas por que esse tipo de "lixamento" é um problema?
1. O polimento joga partículas de vinil sobre a superfície e no interior dos sulcos do disco. E o acabamento fixa esses micropedaços dentro das ranhuras. Aí, não adianta nem apelar para métodos de limpeza profunda. Eles ficarão presos ali para sempre. Essa interferência é captada pela agulha do toca-discos na forma de ruídos.
2. Outro problema incontornável: parte da informação sonora registrada fisicamente no LP (clique aqui e entenda como isso é feito) se perde para sempre. Em outras palavras, o polimento lima detalhes musicais, especialmente as altas frequências. Aquele solo de guitarra, aquele prato de bateria, aquele vocal agudo. A música soa estranha, "abafada", desprovida de definição.
Até colecionadores calejados já foram enganados pelo polimento, mas há formas de identificá-lo
- No ato da compra, coloque o disco diretamente contra luz (de preferência branca).
- Não viu arranhão ou marca? Veja se a superfície apresenta aspecto esbranquiçado, sem brilho, beirando o fosco.
- Teste todos os lados do disco antes de levá-lo.
- Certifique-se que exista política de troca ou reembolso.
- Vai comprar pela internet e não é possível cumprir os itens de 1 a 3? Foque no 4.
Veja mais
E CDs e DVDs? Podem ser polidos? Talvez você esteja se perguntando. Sim, podem. É diferente. E ainda vou escrever sobre o assunto em detalhes aqui na coluna.
Até lá, responda: você já comprou um disco polido? Já desconfiou de algum? Compartilhe sua experiência nos comentários ou mande uma mensagem para mim no Instagram (@hrleo) ou Twitter (@hrleo_). Quer ler mais textos? Clique aqui.
E até a próxima datilografada!
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