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Saída de Boninho - real ou não - é o chacoalhão que a TV Globo precisa
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Muito se especula nos últimos dias se Boninho tomará o mesmo rumo da esposa, a apresentadora Ana Furtado, e deixará também a TV Globo após mais de 30 anos.
Há quem diga que os dias de glória do diretor estão ameaçados e que ele depende da boa audiência do "Pipoca da Ivete" - que estreia no próximo 24 de julho com Ivete Sangalo - para seguir no cargo. Enquanto isso, a emissora envia aos jornalistas uma resposta padrão, ressaltando que tudo não passa de "fake news".
Real ou não, a saída de Boninho do Entretenimento da Globo certamente é o chacoalhão necessário que a emissora precisa, e tiraria a grade de programas do "lugar comum" já esperado, da tal zona de conforto. Afinal de contas, por mais que o diretor seja responsável por muitos sucessos — o maior deles o "Big Brother Brasil" —, o repertório uma hora esgota, e já temos visto esse esgotamento acontecer, inclusive recentemente no "BBB 22".
Há também alguns programas que estiveram sob os cuidados de Boninho que o público prefere esquecer, e que não deram a audiência esperada, como por exemplo o "Só TocaTop" (2019 e 2020) - que ganhou o apelido nada carinhoso de "Só Toca Flop" nas redes e foi assumido por Boninho já no fim da temporada - , o "Zig Zag Arena" e "Casa Kalimann" (2021), e o "Mestre do Sabor", último do diretor a ser cancelado.
Boninho dirigiu apresentadores que ganhavam nos bastidores o apelido de "patota do Boninho", ou seja, aqueles que estavam sempre escalados para atrações que tivessem o comando do todo-poderoso.
André Marques foi um deles. Tiago Leifert também caiu nas graças do filho de Boni.
Nada disso combina mais com uma emissora que está claramente em busca de mudanças para o elenco. As "cartas marcadas" estão caindo, e renovação - acompanhada de "carisma" - parece ser a palavra de ordem.
O público não tem mais comprado também as gincanas criadas sob o comando de Boninho para os programas. O estilo "programa família" e as provas intermináveis comandadas por apresentadores muito roteirizados, não dá mais.
Diretor de Núcleo da "TV Colosso", do "Video Show", do "Estrelas" e "Encontro com Fátima Bernardes", entre outros, além de principal diretor do núcleo de reality shows da Globo — um dos mais lucrativos — Boninho poderia, se quisesse, se reinventar mais uma vez. Mas será que ele quer? Será que precisa?
Aos 60 anos, Boninho já experimentou e brincou de todas as maneiras com o público. Já foi do diretor com "fama de mau" a influenciador de sucesso, e, mais recentemente, até pode ser chamado de "diretor da galera", dialogando bastante nas redes sociais e dando spoilers de suas atrações.
Boninho, se saísse ainda em 2022, certamente poderia assinar a rescisão contando vantagens por estar ainda no auge, sem grandes arranhões.
A Globo, ao dispensar figurões que marcaram época na emissora, dificilmente assume que existiu uma "demissão". É adotado um termo simpático e respeitoso, o de "comum acordo". E, certamente, esse seria o melhor momento para Boninho e a emissora adotarem o comum acordo para uma despedida. Sem muitas explicações. Apenas aquele tradicional texto cheio de boas lembranças e saudades de um diretor que marcou época.
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