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Jesuíta Barbosa e seu amor livre mudam o padrão galã, e isso é ótimo
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Galã, além de se encaixar dentro dos padrões de beleza, precisa também afirmar constantemente sua heterossexualidade, ser casado com uma bela mulher, ou fazer o estilo solteiro garanhão bem-sucedido. Certo? Não para Jesuíta Barbosa, intérprete de Jove do sucesso "Pantanal" (Globo).
Ao viver um "amor livre" com Cícero Ibeiro, com quem foi flagrado recentemente aos beijos em uma praia no Rio de Janeiro, o ator leva um pouco mais da diversidade ao padrão já conhecido do que é ser um galã, especialmente falando sobre sexualidade. E isso é ótimo.
Jesuíta já deu entrevistas em que se declarou bissexual, falou que era "viado" e, mais recentemente, em entrevista a uma revista, diz viver "fases de sua sexualidade". Ainda segundo o jornal "Extra", além do affair com o designer gaúcho, ele vive uma "relação aberta" com o fotógrafo Fábio Audi, com quem namorou por sete anos e teria retomado o romance recentemente.
Nada do que Jesuíta vive na intimidade atrapalha o imaginário do público em relação a seus trabalhos, e nem deve. Jove, personagem heterossexual, segue shippado com Juma (Alanis Guillen). Fãs torcem e sofrem pelo casal. É um enorme sucesso.
Ao pensar ainda no padrão galã, Jesuíta também se diferencia por não demonstrar ser o cara mais envolvido do mundo com moda, não exibir seus diversos cuidados com a beleza ou procedimentos estéticos e mudanças de visual. Ele é bonito, sim, mas deixa a beleza num lugar mais natural. Encontrá-lo despenteado, de calça de moletom, chinelo e camiseta rasgada na padaria é algo fácil de se imaginar.
As diferenças do padrão evidenciadas em Jove não precisariam ganhar destaque se todos pudessem compreender que não importa com quem um galã ou uma mocinha se relaciona fora de cena. Isso não interfere em nada em seus trabalhos.
Não é comum — e precisa ser — ver um galã da televisão ou do cinema com a sexualidade livre, e sem medo de estar dentro de uma "caixa".
Ainda hoje, em 2022, vemos personalidades perdendo trabalho por declararem amor a outra pessoa do mesmo sexo. É importante ter representatividade no país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. Representatividade dentro de cena e também nos bastidores se faz necessário.
É claro que ainda precisamos ver mais homens negros no papel (e no imaginário) de galã, orientais, pessoas gordas, homens transexuais, e por aí vai, a lista é grande. Mas ter o "amor livre" de Jesuíta Barbosa já traz um pouco do que gostaríamos para um mundo com menos preconceito.
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