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Paulo Betti após sofrer ameaças por política: 'É preciso ter coragem'
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Paulo Betti, 70 anos, se coloca em suas redes sociais, e também em manifestações nas ruas, contra o governo de Jair Bolsonaro (PL). O ator, que já relatou sofrer ameaças e xingamentos por seu posicionamento político, conversou com esta coluna de Splash durante evento de cinema no Rio, e falou que o momento, próximo às eleições, exige "cautela e coragem para votar".
O contexto eleitoral faz parte também da vida profissional de Paulo Betti. Ele estreou recentemente no cinema com o filme "O Debate", direção de Caio Blat, que discute como os debates presidenciais contribuem para a decisão sobre o futuro do país.
"Estou com uma expectativa positiva. Temos que ir para a luta eleitoral e convencer as pessoas a não terem medo de votar. O momento é de não se deixar abater pelo medo. Ninguém precisa se expor, mostrar faixas, mas temos que dar nosso voto. Estamos num processo de amedrontamento", diz.
O ator completa: "Temos que ajudar nossos pais a votar, os avós, incentivar a ida às urnas. Com cautela, mas com coragem. É preciso ter coragem para vencer agora e acreditar na mudança."
A conversa com Paulo Betti ocorreu durante a pré-estreia de "Mulher Rei" com a presença de Viola Davis no Brasil. Ao prestigiar o evento, o ator disse ter "uma ligação muito forte com a negritude".
"Não tenho o lugar de fala do negro, mas também não ocupo o lugar de fala do branco. Meu lugar é, como diz Laurentino Gomez, que escreveu três livros sobre a escravidão, o de 'atento'. Ele não tem lugar de fala, mas é atento, e eu estou nessa categoria. Sou um aliado", afirma.
Paulo Betti relembra que foi criado em um quilombo:
"Sempre tive, desde criança, uma ligação muito grande com a negritude. Fui criado dos 3 anos 20 anos num quilombo, em Sorocaba [São Paulo]. 90% da população daquele lugar era negro. Ali eu aprendi muita coisa. Ao longo da minha vida fui percebendo que tive oportunidades que eles não tiveram".
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