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Lucas Pasin

REPORTAGEM

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Aline Borges, de 'Pantanal': 'Novelas não podem ter apenas um núcleo negro'

Aline Borges avalia participação em "Pantanal" e fala de política - Globo
Aline Borges avalia participação em 'Pantanal' e fala de política Imagem: Globo

Colunista do UOL

26/09/2022 12h03

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Com 27 anos de carreira, Aline Borges tem sentido com "Pantanal" (Globo), em que vive a personagem Zuleica, o maior retorno positivo de toda a vida profissional.

A atriz, em entrevista exclusiva a esta coluna de Splash, conta como percebeu ter se tornado referência para outras mulheres após a novela. Ela recebe diversas mensagens com histórias e agradecimentos.

"O feedback sobre meu trabalho é gigantesco. Isso tem a ver com a representatividade da Zuleica. É uma mulher empoderada, inteligente e independente, que em algum momento entrou em um buraco meio sem fundo e está presa lá por várias questões. Ela é aquela mãe que criou os filhos praticamente sozinha e representa muitas mulheres", diz.

Aline continua: "Pantanal fez com que eu recebesse muitas mensagens de agradecimento. Mulheres que se identificam. É algo gigante para mim."

Na reta final do remake exibido no horário nobre, a atriz fala também sobre a mudança de Bruno Luperi no texto original de Benedito Ruy Barbosa para inserir uma família negra.

O autor tem um pensamento antirracista, e não é só no discurso, é na prática. Mas precisamos olhar o fato de ser apenas um núcleo, deveria ser muito mais. A representatividade precisa ser equilibrada. Novelas não podem ter apenas um núcleo negro. Me sinto honrada pela novela, mas é preciso pensar.

'Precisamos eleger pessoas pretas'

Ao falar de pautas raciais, Aline Borges comenta também sobre a proximidade com as eleições. A atriz reforça que é necessário que todos pesquisem bem os candidatos antes de dar o voto, e afirma:

"Tenho fé no futuro e no povo brasileiro. Precisamos aplicar o voto consciente. Quem está decidindo as leis? Precisamos pesquisar. Precisamos eleger pessoas pretas e pessoas trans, se não nós não teremos a transformação. Quem são as mulheres pretas aí candidatas? Trans? Indígenas? Temos várias. É preciso ter consciência para não continuar nesse buraco fundo que estamos".