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Eleição vira inimiga das 'publis' e famosos têm semana mais magra do ano
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Não importa se a celebridade escolheu se posicionar politicamente ou não, se tem milhões de seguidores, se está na tela da Globo ou fazendo sucesso com as dancinhas do TikTok. O mercado de publicidade nas redes sociais enfrenta uma inimiga nesta semana: as eleições, que acontecem no próximo domingo.
Segundo apuração desta coluna de Splash, nesta semana, novas postagens de publicidade nas redes sociais de famosos podem cair em até 80% em algumas grandes agências que lucram com este mercado. Os meses de setembro e outubro, com exceção de celebridades que trabalharam no Rock in Rio, não foram, de forma geral, positivos. A expectativa é que Black Friday e Copa do Mundo atraiam novas publicidades.
A coluna conversou com empresários de talentos que protagonizam as principais "publis" de grandes marcas no Brasil, e a resposta de todos foi a mesma: esta não é uma boa semana do ano para quem pensa em lucrar com anúncios on-line.
"A segunda-feira já foi morta. Pararam os pedidos todos. Nenhuma marca quer arriscar ser associada à política e nem se envolver em polêmicas que possam ter qualquer relação com as eleições", afirma uma empresária que trabalha com grandes influenciadores e preferiu não ter o nome identificado.
Ela completa: "Essa semana é a pior, mas passamos todo um ano bastante delicado por conta das eleições. Algumas marcas quebraram contratos sem dar muitas explicações só por ver que um influenciador se posicionou. Artistas que não dependem das 'publis' para colocar dinheiro no bolso se posicionaram, mas quem depende deu uma segurada. Quem não segurou, perdeu contratos".
O empresário Bruno Lima, que cuida de nomes como Thaynara OG e Lorena Improta, destaca que a política impacta diretamente no marketing de empresas, e aponta que marcas preferem ficar de fora de uma semana com grande risco de "polêmicas".
As marcas e influenciadores têm que conhecer bem seus clientes para entender qual a comunicação deve ser feita [nesta semana] e, se, de fato, é necessária. Pela grande possibilidade de polêmicas, as marcas preferem não 'comprar' essa briga. Existe o receio de perder clientes ou entrar em um desgaste.
Júnior César, CEO da Brasilera Digital - que cuida de nomes como Viih Tube, Camila Loures, Gabi Martins e Rodrigo Mussi, entre outros - ressalta que a semana antes das eleições é delicada para qualquer outro tema:
"Todas as conversas da internet estão voltadas para as eleições, é essa a pauta. Quando você traz outro assunto, ele pode ser engolido por esse turbilhão de informações. Outro assunto perde força, qualquer comercialização perde força".
O que pedem as marcas
Não associar publicidade a opiniões políticas é um pedido comum de grandes marcas, e muitas vezes vem exigido em contrato para a celebridade. Há também as marcas que não deixam registro, mas destacam a importância do famoso não falar muito sobre o tema.
"Isso é muito diverso. Existem marcas que ignoram o período e ficam em seus objetivos mercadológicos. Outras, preferem mensagens subliminares. Há também aquelas que deixam claro em suas orientações o fato de não tocar em política ou assuntos que possam gerar discussões desnecessárias", afirma Bruno Lima.
Júnior César, que trabalha com um casting exclusivo, diz que é comum que as marcas já tenham intimidade e confiança nos clientes:
No passado já tive determinadas exigências em contrato sobre política, esse ano não tive nenhuma. As marcas já entendem o influenciador que escolheram, e como ele conversa com o público.
O que orientam empresários
Próximo às eleições, empresários passam recomendações aos influenciadores mesmo em postagens que não fazem publicidades.
"Sou adepto a verdade. É importante que exista essa relação entre artista e seguidores. Valorizo a democracia e acredito que importante, acima de tudo, é o respeito ao próximo e a vontade de disseminar as melhores influências. Minha orientação é usar o bom senso, entendendo o seguidor, a marca que vai te procurar, e respeitando a sua verdade", conta Bruno Lima.
"Os meus talentos produziram conteúdo, falaram sobre política, mas não sobre partidos. Falaram da importância do voto e sobre o cumprir seu dever como cidadão. Convocar os seguidores para uma responsabilidade é uma pauta muito bem vista, e muitos dos meus talentos produziram. Mas, em nenhum momento, levantaram bandeira partidária", destaca o empresário Júnior César.
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