'Fim de ano da Globo'? Emissora proíbe artistas em campanha de Lula na TV

Nas redes sociais, a nova publicidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que diversos artistas aparecem vestidos de branco, ao lado do candidato, vem sendo chamada de "fim de ano da Globo", e criticada por apoiadores de Jair Bolsonaro com a justificativa de que são "globais tentando mamar na teta do governo".

No entanto, todos que aparecem no vídeo não possuem vínculo atual com a Globo. A emissora proibiu todos os funcionários e colaboradores de participar da campanha de qualquer político, sob a punição de rescisão contratual.

Esta coluna de Splash teve acesso às normas enviadas para os artistas da Globo. A emissora fez uma reunião com todos os departamentos e, desde o dia 30 de junho, vem repetindo as regras sempre que percebe qualquer sinal de exagero no tema político.

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Entre as normas, além de não participar de campanhas políticas na TV, rádio, e de não poder subir no palanque de candidatos, a Globo proíbe também que funcionários compareçam ao trabalho com roupas que possam ser vinculadas a campanhas eleitorais (camisa, bottons e adesivos) e não permite que carros com adesivos de candidatos sejam estacionados dentro da empresa.

A nova publicidade de Lula traz nomes que já fizeram parte de projetos da Globo, inclusive com rescisão contratual recente, como é o caso de Marieta Severo e Osmar Prado. Camila Pitanga e Cissa Guimarães também são destaque no vídeo, e a presença de Maitê Proença, que já defendeu Jair Bolsonaro (PL), também surpreendeu.

O novo vídeo do petista veio na semana seguinte ao apoio de vários cantores sertanejos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Na semana passada, nomes como Gusttavo Lima, Leonardo, Chitãozinho e Fernando Zor foram ao Palácio do Alvorada declarar apoio ao candidato à reeleição.

Veja o que diz comunicado da Globo enviado a jornalistas sobre as regras envolvendo as eleições:

"A Globo cumpre rigorosamente a legislação eleitoral e tem uma política interna sobre eleições alinhada à sua posição de neutralidade e isenção. A Globo reitera que não apoia qualquer candidato e que, em questões eleitorais, se limita a realizar a cobertura jornalística das eleições, seguindo seus Princípios Editoriais. Por isso, nos períodos eleitorais, conversamos com os profissionais do nosso casting para relembrá-los sobre as regras que, entre outras restrições, impedem que contratados da empresa que desejem se candidatar estejam no ar em qualquer programa. Não existe proibição de manifestações políticas pessoais dos talentos artísticos, desde que não vinculadas à Globo, inclusive em eventos presenciais e nas redes sociais. Elas não podem envolver ativos da Globo, como instalações da empresa, cenários e figurinos de personagens, etc. Não são permitidas manifestações de apoio a partido ou candidato em propagandas eleitorais no rádio e na televisão. Essas regras são essenciais para que não seja comprometida a percepção do público sobre a isenção da empresa. Aos jornalistas, no entanto, pela natureza da função, são vedadas manifestações de apoio eleitoral em quaisquer instâncias."