Fernanda Nobre: 'Meu casamento é aberto, mas não vivo em uma festa sexual'

Desde que revelou ter um casamento aberto com o diretor José Roberto Jardim, em 2022, a atriz Fernanda Nobre recebe muitas mensagens nas redes sociais e até críticas por falar do assunto.

Em entrevista a este colunista de Splash, durante lançamento da biografia de Marco Nanini, no Rio, a atriz diz não se incomodar que o tema seja algo que desperte curiosidade nos outros.

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Não me incomoda que falem tanto do meu casamento aberto, até porque fui eu que falei primeiro, senão ninguém saberia. Falei por uma questão política mesmo. A monogamia é opressora para nós mulheres, e nós estamos fingindo acreditar nela.

Fernanda continua: "Os homens, sem querer generalizar, mas a maioria já vive em relacionamentos abertos com hipocrisia. Falei do meu posicionamento político porque é mais uma forma que estou lidando com a minha vida pública. Vamos desconstruir esse lugar colocado para as mulheres."

Para a atriz, o fato de receber mensagens de outras mulheres que se sentiram à vontade para falar sobre casamento aberto após ela se manifestar, já é uma vitória.

Outras mulheres sentiram as portas abertas. Somos várias falando, e antes não falávamos por medo do moralismo. Obviamente também recebe muitas críticas, mas são críticas de quem não entende. Não vivo em uma festa sexual. Somos abertos por um conceito de diálogo e não hipocrisia.

O grande erro, segundo Fernanda, é pensarem que seu casamento é "uma bagunça":

Pelo contrário, somos muito quietos entre nós e apaixonados. Trata-se apenas de um posicionamento para não existir mentiras. Todo mundo tem desejo, as coisas acontecem, só não podemos fingir que não. Principalmente para nós mulheres. É muito mais fácil para os homens lidar com isso.

Ainda na entrevista, Fernanda falou sobre a repercussão da biografia de Marco Nanini, especialmente sobre sua vida amorosa, que incluiu um romance com Wolf Maya.

"O Nanini viveu um mundo muito mais difícil que o nosso, um mundo com muito preconceito e moralismo. A gente tá vivendo uma onda de moralismo muito forte, mas ao mesmo tempo estamos aqui em um movimento libertário muito forte. Não dá para comparar o que vivemos com o que ele viveu. Mas estamos aqui hoje porque pessoas como ele abriram as portas", disse.