Lucas Pasin

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Documentário de Xuxa não tirou a 'rainha' de seu trono em nenhum momento

O último episódio de "Xuxa, O Documentário" está disponível no Globoplay, encerrando o que pareceu ser uma grande homenagem à eterna rainha dos baixinhos, recheada de declarações de amigos e fãs, e fugindo de qualquer abordagem que pudesse arranhar a imagem da apresentadora.

Ao mostrar apenas vulnerabilidades escolhidas a dedo e destacando a fama soberana de Xuxa, o documentário não tirou a rainha em nenhum momento de seu trono, o que incomodou quem assistiu e esperava ver uma personalidade que assumisse também seus erros e responsabilidades.

Com "a culpa é de Marlene" marcando presença em quase todos os episódios, o melhor momento ficou mesmo para o aguardado embate entre Xuxa e sua ex-diretora. O confronto foi bom, Marlene assumiu seus atos, explicou seu ponto de vista e se colocou como alguém que pode errar. O mesmo não vimos da "rainha".

Xuxa foi, sim, vítima de muitos abusos e de situações absurdas, e sobreviveu. Isso é admirável. A história dela é algo que merece muito respeito. Mas admiração e respeito todos já tinham pela "rainha", por isso faltou o lado em que ela sai do trono e mostra que também é capaz de errar.

Com tanta fama, Xuxa nunca teve um ataque de estrelismo? Não errou em briga com amigas? Não errou com a família e fãs? Nunca escolheu caminhos errados? Sempre tudo de errado na vida dela foi responsabilidade de alguém? Tenho dificuldade em acreditar nisso.

A Globo também não assumiu seus erros com Xuxa. Afinal, não é difícil concluir que muito do que a apresentadora passou, e muito dos abusos cometidos por Marlene, foram frutos de um comportamento bastante complicado em que a emissora também poderia se responsabilizar.

Após cinco episódios de "Xuxa, O Documentário", posso afirmar que errei ao destacar, aqui na minha coluna, que a apresentadora não se colocaria apenas no lugar de vítima. Foi isso que ela disse na entrevista para os jornalistas, mas não foi o mesmo que assistimos. Arrisco dizer que a divulgação do documentário, com muitas entrevistas da apresentadora e spoilers do que estavam por vir, foi melhor que a obra em si.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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