Autor de 'Fuzuê' é estreante na Globo: 'Novela na Record era bem diferente'
Autor de "Dona Xepa" e "Escrava Mãe", na Record, entre outros trabalhos, Gustavo Reiz, 41, faz sua estreia na Globo hoje com "Fuzuê", a nova novela das sete que substitui "Vai na Fé".
Em conversa com este colunista de Splash, durante o lançamento da trama, Gustavo fala da liberdade como autor de "Fuzuê", e faz um comparativo sobre escrever novelas na Record e agora no "plim-plim".
Tenho a consciência de que estou escrevendo para outro público. Novela na Record era diferente. Os temas são outros, tem também a abordagem religiosa. É importante você escrever lembrando qual é a emissora e os objetivos dela e daquele produto. 'Fuzuê' é a cara das novelas históricas das 19h da Globo. Tem todos os elementos de um folhetim sem pudor. É um clássico.
Ainda na entrevista, Gustavo diz não temer a pressão de ser o autor de uma novela que vem logo após o sucesso estrondoso de "Vai na Fé", e conta ter suas cartas na manga para conquistar a audiência:
Tenho um caderno em que anoto ideias de grandes viradas. Sou noveleiro mesmo, né? Procuro ter situações que podemos colocar ali no meio e conquistar o público. Temos que estar atentos ao que querem assistir naquele momento, e o segredo são essas cartinhas na manga.
Paixão por novelas. "Também fui aquele fã de 'Vai na Fé'. Desde o começo, quem me acompanha nas redes sociais, viu que eu sempre postava. Sou fã da Rosane [Svartman, autora]. O sucesso de uma novela é o sucesso do gênero. Vibro quando uma trama conquista o público."
Cobrança por audiência. "Tem uma cobrança interna. O público gostou tanto do que estava no ar, aí vem aquela vontade de entregar algo bom também, para engajar e emocionar. Mais do que uma pressão, é uma missão. A cobrança por audiência faz parte da novela. É algo feito para o público. Temos que ficar ligados no termômetro e estar pronto para fazer ajustes necessários. O bom da novela ser uma obra aberta é isso, temos a chance de correr atrás e fazer acontecer."
E quando não dá certo? "Fico angustiado. Sei que muitas pessoas estão envolvidas em uma novela. Mas, como autor, eu procuro analisar o que deu certo e o que não deu. Qual foi a identificação do público? Onde foi que essa comunicação existiu ou não existiu? Faço um balanço. Anoto e fico de olho. Faz parte do processo."
Novelas estrangeiras te inspiram? "O brasileiro é um amante do melodrama. Estou ligado em novelas mexicanas, turcas e coreanas, entre outras, mas acho que a novela brasileira tem uma excelência que faz muitos países beberem da nossa fonte. Assisti muitas novelas mexicanas, mas agora, no ar em uma novela, eu consumo as outras novelas que estão na emissora."
Um pouco mais de 'Fuzuê'. "É uma novela muito livre, em que tudo pode acontecer. Claro que tenho o bom senso do horário, é uma novela das 19h, não vamos aprofundar tanto nos temas mais densos, mas estou escrevendo para o público que gosta das características de uma novela das sete, leve e divertida, e tento acertar."
Está aberto para as redes sociais? "Sempre. Desde meu primeiro trabalho, fico muito ligado em tudo. É um público muito nichado em relação à grande audiência, mas é um termômetro interessante. O autor tem que estar aberto às redes sociais. E eu sou um autor desapegado da trama e de personagens, faço para agradar o público. Se um determinado caminho que escolhi não agradar, vou, sim, procurar outro para que eles gostem."
"Fuzuê" estreia hoje às 19h substituindo "Vai na Fé". A trama traz Luna (Giovana Cordeiro), uma simples vendedora de biojoias que busca, incansavelmente, pela mãe, Maria Navalha (Olivia Araújo). O elenco de peso também conta com nomes como Marina Ruy Barbosa, Nicolas Prattes, Edson Celulari, Lilia Cabral Fernanda Rodrigues, Juliano Cazarré, Felipe Simas, Heslaine Vieira, Cinnara Leal e Micael Borges.
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