Ex de Daniel Alves: 'Me arrependo de defendê-lo, as falas foram ensaiadas'

A minha expectativa é ficar o mais longe possível do senhor Daniel. Nada que ele faça ou deixe de fazer importa. Ele não existe mais. Cheguei a defendê-lo publicamente e me arrependo muito. Hoje não quero saber de sua existência. Para mim, ele morreu.

Dinorah explica o motivo de ter decidido quebrar o silêncio e fala sobre o arrependimento em ter defendido o ex:

Ajudei por ser o pai dos meus filhos e me arrependo justamente porque ele parece não se importar com isso. Sinto que fui usada, colocada como uma boneca para repetir frases. Disseram: 'Traga as crianças para Espanha, venha', e eu fui. Advogados me passaram falas decoradas no aeroporto, para falar com os jornais, e eu fiz. Na hora só pensei que o certo era defendê-lo. Mas quando eu não fui mais interessante para ele e nem para seus advogados, ele sumiu.

Dinorah conta que a última vez que viu Daniel Alves foi no dia 6 de maio, quando levou os filhos para visitá-lo na prisão. Eles marcaram uma nova visita em julho, os filhos viajaram para a Espanha, mas o jogador não os recebeu.

Meus filhos ficaram dez dias dentro de um apartamento esperando que o pai dissesse o dia de visitá-lo, e ele sabia que os filhos estavam lá e não deu notícias. Isso é crueldade. Ali foi a gota d'água.

A assessoria de imprensa de Daniel Alves foi procurada pela coluna para comentar as declarações de Dinorah e o processo por falta de pagamento de pensão. "Os advogados da Espanha não retornaram, e o assunto é pessoal", disse o assessor.

Daniel Alves trocou de advogado recentemente. Cristobal Martell, ex-advogado do atleta, foi procurado pela coluna e disse desconhecer as informações de que Dinorah teria sido orientada com falas ensaiadas. "Não participei deste ensaio e não sei se ele foi feito", respondeu. Questionada, Dinorah afirmou que não pretende citar nomes de advogados que passaram roteiros com falas.

A nova advogada de Daniel, Inês Guardiola, foi procurada por email, e ainda não retornou o contato. A reportagem será atualizada assim que houver manifestação sobre o caso.

'Não achava que ele seria capaz de muitas coisas'

Em janeiro, Dinorah disse que Daniel jamais seria capaz de fazer uma agressão sexual. Hoje, questionada, ela diz:

Daniel que foi casado comigo, aquele homem que ficou 10 anos ao meu lado não seria capaz de uma agressão, e por isso eu o defendi. Mas o homem com quem fui casada também não faria o que fez com os nossos filhos. Então, não tenho mais como opinar. Me separei dele há 12 anos. Não achava que ele seria capaz de muitas coisas, e ele fez.

Traições e a separação

Dinorah diz que, aos longos dos 12 anos em que está separada, nunca foi à mídia contar tudo que passou ao lado de Daniel, mas que agora decidiu dar sua versão sobre o fim do casamento.

Ter sido casada com ele não foi nada fácil, principalmente pelas traições que motivaram o fim da relação. Ele me traiu com muitas mulheres e eu nunca falei. Sempre me mantive quieta para não prejudicar a imagem. Meu único pedido era que ele fosse um bom pai, mas ele foi cruel. Sei como meus filhos se sentem.

Dinorah mora em um condomínio em Alphaville desde 2019, com os filhos, e diz torcer para viver um dia em paz. Ela conta que a família é hostilizada nas ruas, que precisa monitorar as crianças na escola e cuidar para protegê-los.

Eu e meus filhos temos passado por muitos constrangimentos, e agora os únicos que terão a minha defesa serão eles.

Relembre o caso de Daniel Alves

Daniel Alves, atualmente casado com a modelo Joana Sanz, está preso desde 20 de janeiro acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos na boate Sutton, em Barcelona, em dezembro de 2022. O jogador já prestou dois depoimentos à Justiça espanhola, aos quais o UOL Esporte teve acesso. O advogado do brasileiro, Cristóbal Martell, já entrou com três recursos à prisão, todos negados pela Justiça.

A advogada da mulher que acusa Daniel Alves, Ester García López, falou com exclusividade ao UOL em janeiro. Ela disse que a vítima, cujo nome não será divulgado, não quer a indenização à qual terá direito em caso de condenação. "Quero prisão", teria dito a jovem.

Em agosto, Daniel Alves apresentou-se ao Juizado de Barcelona para ouvir pessoalmente o auto em que é acusado de agressão sexual. O brasileiro afirmou que não pretende recorrer, para "agilizar" o julgamento, que ainda não tem data marcada.

Orientado por seus advogados, o lateral-direito disse que a opção por não recorrer ou prestar um novo depoimento tem o objetivo de "agilizar" o processo, para que o julgamento aconteça o mais rápido possível.

O julgamento de Daniel Alves ainda não tem data marcada. Porém, segundo a imprensa espanhola, ele deve ser julgado ainda neste mês.