Lucas Pasin

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Opinião

Sonza se arrependeu, mas documentário a torna mais potente após tanto ódio

Não à toa, Luísa Sonza diz ter se arrependido do documentário que estreou na Netflix. "Se Eu Fosse Luísa Sonza", com três episódios, debruça-se nos efeitos do ódio e no que isso pode causar a uma jovem com projeção nacional. Uma mulher, de menos de 25 anos, aparece exposta e vulnerável, de uma forma que exige bastante coragem para se apresentar.

Foram cerca de seis meses de gravação, com o intuito de mostrar o processo criativo do álbum "Escândalo Íntimo". Mas o documentário está longe de ser algo apenas musical, é um grito de socorro: ele discute saúde mental e os limites do corpo. Sonza aparece por diversas vezes bastante debilitada, e revela pensamentos que evidenciam profunda depressão.

Ao revisitar mais uma vez o fim do seu casamento com Whindersson Nunes — algo que já gerou muito ódio e traumas —, a artista abre novamente o tema para discussões e comentários. É preciso valentia.

E não só por isso, o documentário toca em outros assuntos delicados como o processo de racismo, a foto nua vazada e as ameaças de morte. Temas que a derrubaram por diversas vezes.

No entanto, não há motivos para Luísa Sonza sentir arrependimento por tal exposição. Ela é válida e torna sua obra ainda mais forte. A série mostra como a artista transforma sofrimento em música — de forma muito potente e original —, e ainda deixa no ar a expectativa de um final feliz.

Luísa é ainda muito jovem. Terá muitas outras desilusões, críticas e problemas para enfrentar. Tirá-la do pedestal e colocá-la no fundo do poço pode ajudar com que ela fique ciente de sua força.

Ouvir o grito de socorro de Sonza neste documentário evidencia a necessidade em pedir ajuda, e a necessidade que todos nós temos de ouvir a nossa saúde física e mental.

A exposição no documentário certamente não foi fácil, mas o saldo é positivo.

Luísa não é perfeita, nem mesmo vítima de tudo que acontece em sua vida. A série não é uma obra que determina tudo sobre sua carreira, é apenas um pequeno recorte. Mas, certamente, "Se Eu Fosse Luísa Sonza" aproxima a cantora ainda mais de seu público e faz com que quem não a conhecia tão a fundo, possa enxergá-la com bravura e originalidade.

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"Se eu Fosse Luísa Sonza", série documental com 3 episódios, é criado e produzido pela Conspiração/Hysteria, sob a direção de Isabel Nascimento Silva e produção executiva de Luísa Barbosa e Renata Brandão.

'Se eu fosse Luísa Sonza' estreou na Netflix
'Se eu fosse Luísa Sonza' estreou na Netflix Imagem: Divulgação/Netflix

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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