Lucas Pasin

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Reportagem

Influenciadores ganham até R$ 1 milhão por mês com 'joguinho'; veja valores

O "Fantástico" exibiu ontem uma reportagem sobre uma investigação contra a Blaze, plataforma de apostas digitais. A matéria mostrou a relação de uma série de influenciadores famosos com a empresa, entre eles Viih Tube, Mel Maia e Jon Vlogs.

Mas quanto faturam os influenciadores? A coluna conversou com agências e empresários, que preferiram não se identificar. Eles revelam os valores de contrato.

Um influenciador com mais de 15 milhões de seguidores pode faturar até R$ 1 milhão por mês divulgando diariamente stories de plataformas de apostas digitais. O contrato prevê pagamento semanal ou mensal após o influenciador publicar o conteúdo e enviar a análise de alcance.

Ainda segundo fontes da coluna, uma influenciadora bastante conhecida, com cerca de 5 milhões de seguidores, ganha R$ 300 mil por mês.

As casas de apostas digitais começam a se interessar por influenciadores que possuem no mínimo 100 mil seguidores. Para esses influenciadores considerados "pequenos", o pagamento é semanal, após análise de resultados, e o pagamento mínimo é R$ 30 mil por mês.

R$ 20 mil por um vídeo

Nas redes sociais, Letícia Fonseca, com 554 mil seguidores, fez um vídeo contando que já recusou propostas para publicidade de casas de apostas. Ela diz que "uma famosa empresa de jogos de azar" ofereceu a ela R$ 20 mil por apenas um Storie.

Segundo Letícia, os cachês aumentam quando o influenciador diz no vídeo o nome da empresa. "Já me ofereceram R$ 50 mil por uma simples foto segurando o celular com a foto do nome da empresa", disse.

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R$100 milhões bloqueados

De acordo com o dominical da Globo, a Blaze teve mais de R$ 100 milhões bloqueados. Os influenciadores citados na reportagem costumam divulgar jogos de apostas famosos da plataforma, como o "Jogo do Aviãozinho".

Todos os influenciadores que foram expostos na reportagem foram procurados pelo "Fantástico". Viih Tube afirmou que pediu o encerramento de seu contrato com a empresa; Juju Ferrari afirmou que não está mais divulgando a Blaze, e que sua relação anterior com eles era apenas de publicidade. Por fim, Jon Vlogs alegou que não possui nenhuma participação acionária na Blaze.

Investigação

  • A polícia de São Paulo passou a investigar a plataforma após denúncias de usuários. Apostadores alegam que prêmios em valores mais altos não eram pagos pela Blaze. A suspeita é de estelionato.
  • Além do bloqueio de R$ 101 milhões, a Justiça pediu que o site fosse retirado do ar. No entanto, o fato da Blaze não ter representantes legais no Brasil, a ordem judicial não surtiu efeito. Um dos sites chegou a parar de funcionar, mas outros surgiram e os jogos de aposta seguem acontecendo.
  • A reportagem também revelou que existem três donos ocultos da Blaze. Relatórios financeiros apontam que parte do dinheiro arrecadado pela plataforma é destinado para esses três brasileiros.
  • Os representantes da Blaze alegam que a empresa tem sede em Curaçao e, portanto, a atividade dela não configura crime.

Reportagem

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