MP denuncia portuguesa por racismo contra filhos de Gagliasso e Ewbank
O Ministério Público em Portugal denunciou a portuguesa Maria Adélia Coutinho Freire de Andrade por racismo aos filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. A informação foi antecipada pela imprensa de Portugal e confirmada por esta coluna de Splash.
A denúncia, motivada pelos advogados dos atores em Portugal, foi acatada pelo MP quase dois anos após a queixa prestada por Ewbank e Gagliasso. A mulher foi denunciada pelo MP por crimes de injúria e dois crimes de difamação e calúnia por motivações racistas. O caso agora é apresentado pelo MP à Justiça, que poderá ou não acatar.
Segundo o jornal 'Público', a acusação do MP menciona que Adélia insultou empregados do bar e depois os filhos do casal de atores. A denúncia diz que ela usou um "tom elevado e ameaçador", se referindo às crianças como "pretos imundos" e, entre outras ofensas, afirmou que "Portugal não é lugar para pretos".
Giovanna e Bruno estiveram em Portugal para depor no caso em junho de 2023. Outras testemunhas também foram ouvidas na época.
O episódio de racismo ocorreu em julho de 2022 enquanto a família passava férias em Portugal. Turistas angolanos que estavam no local também foram xingados pela mulher.
'Vencemos, mas ainda é um pequeno passo'
Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank se pronunciaram sobre a denúncia do MP. Os dois relembram quando fizeram a denúncia, e afirmam aguardar o julgamento. Leia o comunicado na íntegra:
Há quase 2 anos fizemos uma acusação no Ministério Público de Portugal após nossos filhos e um grupo de angolanos serem vítimas de racismo. Racismo é crime e não pode ser banalizado. Inicialmente pedimos que a autora dos crimes fosse enquadrada em crimes previstos no artigo 240 do Código Penal Português que prevê punição para discriminação e incitamento ao ódio e à violência. A denúncia não foi aceita, mas nunca desistimos.
Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo. Entretanto, acreditamos que, se este processo puder conscientizar em questões de combate ao racismo, o mundo poderá, quem sabe um dia, ser mais igualitário. O próximo passo será o julgamento da racista. Esperamos voltar em breve para contar outra vitória. Porque acreditamos!
Agradecemos aos advogados portugueses Rui Patrício, Catarina Martins Morão e Teresa Sousa Nunes que permanecem ao nosso lado para que a justiça reconheça o racismo como um crime - um crime que discrimina, que fere a autoestima e não permite que pessoas negras tenham oportunidades. Um crime que mata em qualquer parte do mundo. E a gente precisa construir uma sociedade que entenda que o racismo não pode ser tolerado, nem em forma de ódio disfarçada de piada.
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